
O Governo apresentou um conjunto de medidas que têm como objetivo resolver a crise na habitação em Portugal, contribuindo para o tão desejado aumento de oferta de casas no mercado. Uma delas passa pela criação e/ou adoção de um “programa de Parcerias Público-Privadas (PPA) para a construção e reabilitação em larga escala, quer de habitação geral quer de alojamento para estudantes”. A aposta nas cooperativas de habitação e no Build to Rent (BtR, que traduzindo significa construir para arrendar), por exemplo, também está na mira do novo Executivo.
Segundo se lê no ponto 9.2.1. do Programa do XXIV Governo Constitucional, apresentado esta quarta-feira (10 de abril de 2024) na Assembleia da República, o Governo prioriza, por exemplo:
- Programa de PPP para a construção e reabilitação em larga escala, quer de habitação geral quer de alojamento para estudantes;
- Estímulo e facilitação de novos conceitos de alojamento no mercado português, incluindo com regulatory sand box (BtR, mixed housing com bónus de densidade urbanística para habitação a custos moderados, coliving, habitação modular, cooperativas de habitação, utilização flexível dual das residências de estudantes).
De referir que a aposta no BtR há muito que é revindicada pelos vários players do setor da construção e do imobiliário em Portugal. Uma ideia, de resto, deixada recentemente ao idealista/news por Nelson Rêgo, CEO da OGER.
Simplex urbanístico será analisado e pode sofrer alterações
Tal como se lê no Programa do Governo, o Executivo liderado por Luis Montenegro propõe-se ainda a fazer uma “análise do novo enquadramento legislativo do licenciamento e controlo urbanístico, reforçando sempre que necessário o caminho da simplificação e redução de obstáculos ao licenciamento e transição de modelo de controlo urbanístico prévio para fiscalização ex-post”.
O novo simplex urbanístico, recorde-se, entrou em vigor dia 4 de março de 2024, tendo as portarias complementares ao novo regulamento (Decreto-Lei n.º 10/2024) sido publicadas em Diário da República (DR) apenas alguns dias antes.
Governo quer colocar rapidamente no mercado imóveis e solos públicos devolutos ou subutilizados
O Governo promete ainda, no seu programa, avançar com uma “injeção no mercado, quase-automática, dos imóveis e solos públicos devolutos ou subutilizados”.
Outra das medidas anunciadas está relacionada com a “flexibilização das limitações de ocupação dos solos, densidades urbanísticas (incluindo construção em altura) e exigências e requisitos construtivos, bem como a possibilidade de aumento dos perímetros urbanos”. Isto, assegura o Executivo, “garantindo uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa como forma de garantir acesso à habitação”.
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