
Comprar casa em Portugal para colocá-la a arrendar continua a ser um bom negócio para rentabilizar as poupanças, tendo em conta que as rendas das casas continuam a subir e há elevada procura perante uma oferta de arrendamento escassa. É isso mesmo que mostra a mais recente análise do idealista: a rentabilidade bruta de comprar casa para arrendar foi de 7,2% no terceiro trimestre de 2024. E embora a rentabilidade da habitação tenha descido ligeiramente face ao mesmo período do ano passado (7,4%), a verdade é mais alta do que a observada há três anos, quando se fixou em 5,7%.
O mercado de arrendamento continua a ganhar fôlego no nosso país, com o número de contratos de arrendamento a crescer na primeira metade do ano. E esta subida da procura de casas para arrendar, não sendo acompanhada por mais oferta, tem gerado novos aumentos nas rendas das casas. Este cenário ajuda a explicar a subida (não linear) da rentabilidade bruta da habitação nos últimos quatro anos, que também é acompanhada, note-se, por um aumento dos riscos do negócio.
Depois da rentabilidade bruta da habitação ter subido sempre entre o verão de 2021 e o verão de 2023, verificou-se uma ligeira descida. Ou seja, a comprar casa para arrendar acabou por render um pouco menos no terceiro trimestre de 2024 (7,2%) face ao mesmo período do ano passado (7,4%). Este recuo pode ser explicado pelo facto de os preços das casas à venda terem acelerado a subida nos últimos meses, enquanto as rendas seguem aumentos mais contínuos.
Rentabilidade na habitação em cada cidade
Analisando as 13 capitais de distrito com amostras representativas, observa-se que é em Santarém onde é mais rentável a compra de uma casa para investimento no verão de 2024, sendo o seu retorno bruto na ordem dos 8%. Mas também aqui os riscos do investimento são superiores. Por exemplo, pode haver maior dificuldade de arrendar a casa ou de haver uma valorização do imóvel ao longo do tempo.
A lista de cidades mais rentáveis para investir numa casa para, depois, colocá-la no mercado de arrendamento segue com Coimbra (6,9%), Leiria (6,3%), Évora (6%), Setúbal (5,9%), Braga (5,8%), Porto (5,7%), Viseu (5,3%) e Aveiro (5,3%) e Faro (5,1%).
Já as rentabilidades mais baixas são obtidas pelos proprietários das casas arrendadas em Lisboa (4,7%), Funchal (4,9%) e em Viana do Castelo (4,9%). A verdade é que também nestas cidades os riscos do investimento são inferiores, já que há menor probabilidade da casa não ser arrendada.
De recordar que, além da rentabilidade bruta da habitação, antes de fazer este tipo de negócio imobiliário, importa também analisar outras despesas, como os impostos sobre a compra da casa (como IMT e Imposto de Selo) e as taxas sobre os rendimentos prediais, por exemplo. Só com todas as despesas e receitas é que os proprietários conseguem apurar o rendimento líquido deste tipo de investimento.
Este estudo permitiu ainda analisar a rentabilidade de outros produtos imobiliários a nível nacional. Os escritórios permitem uma rentabilidade de 9,3%, as lojas de 8,4% e as garagens de 5,3% no terceiro trimestre de 2024.
Metodologia
Para a realização deste estudo, o idealista dividiu o preço de venda pelo custo de arrendamento solicitado pelos proprietários nos diferentes mercados no terceiro trimestre de 2023. O resultado obtido é a percentagem bruta da rentabilidade que proporciona o arrendamento de uma casa ao seu proprietário. Estes dados permitem a análise do estado atual do mercado e são um ponto de partida básico para todos os investidores que pretendam comprar ativos imobiliários para obter rendimento.
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