
Portugal precisa de aumentar a oferta de casas prontas a habitar, para fazer face à crise de acesso à habitação que hoje assola o país. E este aumento para responder à procura pode dar-se pela construção de casas novas, mas também pela renovação de casas usadas. A remodelação da casa pode ser uma boa aposta para quem quer vender o imóvel, uma vez que aumenta – e muito – o preço de venda. Em Lisboa, Faro e na ilha da Madeira, investir na reabilitação de uma casa antiga pode mesmo valorizar o imóvel em 30%, segundo revelam os dados mais recentes do idealista/data.
A construção de casas novas – pelo Governo e por privados – é uma estratégia em curso para aumentar o parque habitacional disponível em Portugal. Mas também há que olhar para as casas antigas que podem alojar milhares de famílias se forem reabilitadas. Até porque mais de metade da habitação existente no país tem 30 anos ou mais, segundo revelaram os dados dos Censos 2021.
A reabilitação de casas vai, assim, ajudar a aumentar a oferta de casas no país, apoiando a resolução da crise habitacional que ultrapassa gerações, sendo uma aposta do atual Governo e das autarquias. Mas não só. Também há cada vez mais famílias a optar por renovar casas seja para melhorar o conforto e eficiência energética, seja para valorizar a habitação antes de vender ou arrendar.
A verdade é que investir poupanças na renovação da casa pode revelar-se num bom negócio para quem pensa vender um imóvel, uma vez que pode ser colocado à venda por um preço bem superior. De acordo com os dados do idealista/data, relativos ao terceiro trimestre de 2024, uma remodelação completa de um apartamento T2 em mau estado pode aumentar, em média, o valor da venda em 30%.
Claro que a valorização de uma casa em Portugal após uma remodelação total vai depender de vários fatores, como a localização e a tipologia. Enquanto a renovação de um T1 pode incrementar o valor de venda da casa, em média, em 26,3%, a intervenção num T3 valoriza a habitação em 25%. No caso de um apartamento T4 (ou de tipologia superior) a casa pode ser colocada à venda por um preço 20% superior face àquele que seria considerado caso não houvesse obras na casa.
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Quanto valorizam as casas remodeladas em cada zona?
A remodelação de um apartamento T2 em mau estado varia muito consoante o distrito ou ilha em que se localiza o imóvel. O que os dados do idealista/data permitem concluir é que uma casa desta tipologia pode sair valorizada, no mínimo, em 20% em qualquer zona do país.
É nos distritos de Lisboa, Faro e na ilha da Madeira onde uma casa com dois quartos sai mais valorizada depois de remodelada. Isto porque os preços das casas colocadas à venda no verão desde ano aumentaram, em média, 30% após um processo de remodelação. Ou seja, pode inferir-se que quem tiver um apartamento T2 em mau estado a valer 200 mil euros, depois de renová-lo consegue vendê-lo por cerca de 260 mil euros em Lisboa, Faro ou na Madeira.
No distrito do Porto, a remodelação de um apartamento T2 pode aumentar o preço de venda da casa em 29,4%. Assim, uma casa que custe 200 mil euros pode ser colocada no mercado por 259 mil euros depois das obras realizadas.
A menor valorização das habitações remodeladas é observada na Guarda, Portalegre e em Bragança, embora sejam sempre superiores a 20%. Isto quer dizer que uma casa com más condições de 100 mil euros pode subir o preço para 120 mil euros (ou mais) depois de uma renovação.
Renovar a casa melhora a eficiência energética
Muitas vezes, o processo de renovação de uma casa inclui intervenções que visam a melhoria da sua eficiência energética, através da colocação de janelas eficientes, painéis solares, isolamento térmico nas paredes ou até de bombas de calor, por exemplo. E, para ajudar neste processo, o Governo já lançou várias edições do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, que tem tido elevada adesão no país.
Ao que tudo indica, renovar a casa ajuda muito a melhorar o conforto energético. Dos 3.732 edifícios habitacionais com renovações concluídas que pediram, entre janeiro e outubro deste ano, a certificação energética à ADENE – Agência para a Energia, cerca de 63% apresentou uma classe energética de A ou A+. Os distritos de Braga, Porto, Lisboa e a ilha da Madeira são os que concentram maior número de certificados emitidos para edifícios residenciais com renovações finalizadas.
Também foram emitidos 9.804 certificados energéticos para projetos de renovação de edifícios nos primeiros 10 meses do ano, dos quais 37% têm classe A ou A+. Os distritos do Porto, Lisboa e Braga são os que mais têm certificados deste tipo, revelam os dados mais recentes da ADENE.
De notar, contudo, que nos primeiros dez meses deste ano foram atribuídos 184.486 certificados energéticos a edifícios e projetos habitacionais (novos e renovados), dos quais apenas 37,8% têm classe A ou A+ (a mais elevada de todas). Mais de metade dos edifícios e projetos habitacionais apresentam certificados de classe C ou inferior (que indicam baixa eficiência energética, com elevada margem de melhoria).
Apresentar o certificado energético é obrigatório na hora de comprar, vender ou arrendar casa em Portugal. É por isso que depois de renovar a habitação importa pedir um certificado energético à ADENE, sobretudo se o interesse estiver centrado na venda da casa por um valor mais elevado.
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