
Construir casas sustentáveis e com elevados padrões de eficiência energética é hoje uma prioridade na Europa e no mundo. E já há promotores imobiliários preocupados com esta matéria, apostando em métodos construtivos mais amigos do ambiente. Uma delas é a Aedas Homes, que em Espanha está a construir um empreendimento de 51 casas apenas com madeira, um método muito utilizado no século XVIII. Além de as casas de madeira reduzirem as emissões de dióxido de carbono em 70-80%, este método de construção é bem mais rápido, permitindo entregar as casas em menos de um ano e meio.
Fioresta é o nome do projeto imobiliário da Aedas Homes, que vai colocar casas de madeira sustentáveis no mercado de San Juan de Alicante, no sul de Espanha. E vai fazê-lo bem rápido. Uma das vantagens da construção em madeira face à alvenaria tradicional prende-se precisamente com a velocidade construtiva. "Levamos 14 meses para construir uma promoção, enquanto antes demorávamos até 21 meses. Ou seja, estamos a reduzir o tempo de construção em 35%", diz Juan López, diretor territorial de Levante e Ilhas Baleares da Aedas Homes, em entrevista ao idealista/news que visitou as obras.
Não é só a construção em madeira - neste caso em pinho do País Basco - que permite agilizar o processo. O segredo está também em aliar este material ao método construtivo industrializado. Neste projeto residencial, é a construtora 011H que está responsável por fabricar os painéis em madeira e levá-los à obra para "montar" as casas, como se de peças de lego se tratassem.
“Na Fioresta estamos a utilizar cerca de 14.500 m2 de madeira, o que equivale a dois campos de futebol, o que vai ao encontro da nossa visão que passa por transformar as cidades de forma a que não produzam CO2, ou seja, transformá-las em florestas de madeira habitáveis", explica José Manuel Villanueva, cofundador da 011h.
Para José Villanueva, a promoção do Fioresta "é muito importante, porque é sustentável", emitindo menos 70-80% de CO2 do que a construção tradicional. E isso só é possível graças à combinação de três elementos, diz:
- a industrialização do processo de produção;
- a digitalização;
- a utilização de materiais circulares, como a madeira.

As razões pelas quais a madeira desapareceu da construção para dar lugar ao cimento e ao betão nos séculos XIX e XX são puramente económicas. "A madeira conseguiu evoluir muito para que o seu custo fosse muito semelhante ao cimento e ao aço e, portanto, pode cumprir a função de ser um material fundamental na construção e não apenas marginal", afirma Manuel Villanueva.
A verdade é que, ainda assim, o preço da madeira continua a ser ligeiramente superior face a outros materiais de construção, como o aço. Mas os especialistas ouvidos pelo idealista/news consideram que o custo total dos projetos construídos com ambos os materiais acabam por ter custos semelhantes. Isto porque, o facto das casas da madeira serem sustentáveis e construídas mais rápido, traz poupança nos financiamentos bancários.
Até agora, o interesse por comprar estas casas de madeira sustentáveis existe. A Aedas Homes já vendeu 60% do total dos apartamentos T2 e T3, cujos preços começam nos 278.000 euros. Estas casas têm entre 90 m2 e 120 m2, respetivamente, e contam com grandes varandas. Destacam-se ainda zonas comuns, como jardins, piscina, ginásio ou garagens. A promotora prevê terminar as obras no final de outubro e entregar as casas antes do final de 2023.

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