o stock de casas na posse dos bancos resultantes de incumprimentos de crédito à habitação parece não ter fim à vista, pelo que as entidades desdobram-se em esforços para retirar os imóveis dos seus balanços. muitas vezes, devido às condições especiais de financiamento concedidas, praticam preços tão baixos que chegam a perder dinheiro. no millennium bcp, por exemplo, metade dos imóveis comercializados foram pagos a pronto
“vendemos [imóveis que resultam de incumprimentos] sensivelmente pelo valor que está no balanço, com uma menos-valia de poucos pontos percentuais", revelou jorge góis, director do negócio imobiliário do bcp, citado pelo jornal de negócios. segundo o responsável, do maior banco privado português, em média, cada um destes imóveis que foram entregues ao banco pelos clientes foi retirado do balanço da instituição por um valor de aproximadamente 70 mil euros. “em alguns casos ganhamos dinheiro face ao preço que estava no balanço, noutros perdemos”, referiu
jorge góis não tem dúvidas de que os imóveis em causa “têm de ser colocados no mercado”, sendo que os negócios só chegam a bom porto se os preços forem atractivos e estiveram, muitas vezes, abaixo do preço de mercado. “até ao final de outubro vendemos cerca de 2.150 imóveis", contou, salientando que as vendas foram consumadas através de imobiliárias e através de leilões
1 Comentários:
A banca portuguesa no período expansionista criou a ideia, e difundiu-a, de que o mundo não tinha limites. Todos podiam e deviam comprar…tudo e de tudo. Eles, os bancos, gananciosos como são, não pouparam esforços a fim de captar para si a melhor fatia do mercado. Vender dinheiro era a ordem do dia, as casas para os bancos valiam fortunas. A lógica de quanto mais caras, mais dinheiro emprestavam.
O povo, aquele que sempre foi, e é, enganado, não fez outra coisa à não ser o que se esperava: Acreditar no sistema; endividou-se pensando que a sustentabilidade do sistema estava assegurada, através de emprego.
Lixou-se. Nem emprego, nem sustentabilidade. Pior ainda, tem que entregar as casas aos abutres dos bancos a qualquer preço.
Isso acontece porque os bancos manipulam o poder, porque se fosse ao contrário, essa impunidade nunca existiria, isto é, deveriam receber sem pelejar as casas, ao valor das avaliações que foram feitas, a quando da transmissão. Por uma questão de lógica: quem assume ganhos nos períodos expansionistas, devem assumir as perdas nos períodos de recessão. E nunca, mas nunca, aproveitar-se da situação e deixar o ónus do prejuízo nas mãos do povo.
Cambada de oportunistas larápios é o que são!
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