
“Temos uma visão para uma nova Vilamoura, que tem tudo o que queremos num resort turístico de luxo”. Paul Taylor, CEO do Vilamoura World (VW), entidade que vai gerir o empreendimento – foi comprado este ano pelo fundo norte-americano Lone Star à Lusort –, revelou esta terça-feira, durante a apresentação do “Master Plan” (plano de urbanização), que o mesmo prevê um investimento de mil milhões de euros. A Marina vai ser renovada a partir do próximo ano e o Vilamoura Lakes, que substituiu a Cidade Lacustre, deverá sair do papel em 2017.
O empreendimento turístico de Vilamoura, com uma área de 1.700 hectares, o equivalente a oito vezes o tamanho do Mónaco, já está a ser comercializado. “O Master Plan inclui uma área de construção bruta de baixa densidade de 680.000 m2, totalmente aprovada, numa área de implantação total de quatro milhões de m2 (400 hectares). Estão disponíveis 18 projetos, com áreas de desenvolvimento que variam entre os 1,5 e os 168 hectares, combinando usos residenciais, de lazer, de turismo e de retalho. Todos os projetos estão prontos para venda”, revelou a VW, salientando que o financiamento da construção dos projetos estará a cabo do banco Santander.
Interesse de investidores de todo o mundo
A nova Vilamoura surge assim renovada. E, segundo Paul Taylor, a ambição é grande, até porque já há investidores interessados – e de todos os cantos do mundo – nos vários projetos de construção. “A nacionalidade dos possíveis investidores é muito variada. Temos contactos da China, Índia, Hong Kong e de vários países europeus, como Dinamarca, Suécia, França e o meu próprio país, Reino Unido. Também há investidores portugueses locais, que querem apostar e investir no seu próprio país, o que é fantástico. Já temos alguns identificados”, adiantou, preferindo não revelar nomes.
O “Master Plan” baseia-se em seis temas de lifestyle – Vilamoura Marina, Vilamoura Golf, Vilamoura Active, Vilamoura Villages, Vilamoura Estates e Vilamoura Lakes – e prevê a criação de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos. Paul Taylor diz não ter uma bola de cristal para adivinhar quando todos os projetos estarão vendidos/comercializados, mas avança uma data: “Gostava de ver Vilamoura a funcionar como um destino turístico como o pensamos/idealizamos dentro de cinco anos (até 2020)”.

Uma inovadora Marina e uma aposta chamada Vilamoura Lakes
Duas novidades do Master Plan ontem apresentado são a renovação da área da Marina de Vilamoura, que inclui um novo e icónico Yacht Club internacional, um spa e ginásio, bem como três restaurantes e boutiques, e o Vilamoura Lakes, que substitui o antigo projeto da Cidade Lacustre.
“Queremos que as pessoas olhem para Vilamoura através da Marina. Não vamos aumentar a Marina, que tem um tamanho definido. Podemos vir a aumentar o número de barcos existentes, de 825 para mil. Acredito que a estrutura, o Yatch Club, começará a ser construída no final de 2016”, frisou o responsável, acrescentando que neste projeto serão investidos cerca de 20 milhões de euros.
Sobre o Vilamoura Lakes, que incluirá 250.000 m2 de paisagens naturais, 1.900 unidades residenciais, cinco empreendimentos turísticos com 3.600 camas e ofertas de retalho e de restauração premium, integrados numa envolvente que respeita o meio ambiente, o responsável disse esperar que o respetivo Master Plan esteja no terreno no final de 2017.
O Vilamoura Lakes ncluirá 250.000 m2 de paisagens naturais, 1.900 unidades residenciais, cinco empreendimentos turísticos com 3.600 camas e ofertas de retalho e de restauração premium integrados numa envolvente que respeita o meio ambiente
Segundo Frederico Pedro Nunes, diretor do VW, os lagos do Vilamoura Lakes já estão criados: “Estamos a trabalhar com os lagos e terrenos existentes, não queremos criar mais, queremos trabalhar com os terrenos e paisagens que temos. Acredito que partes do Master Plan terão de ser aprovadas e outras não. Vamos ter o suporte da câmara de Loulé, seguramente, e vamos tentar ter um novo Master Plan o mais rapidamente possível”.
Paul Taylor esclareceu que os mil milhões de euros revelados são uma estimativa macroeconómica do investimento que pode ser alcançado com a concretização do "Master Plan". Trata-se de um valor que resultará de investimentos da Lone Star, dos seus parceiros internacionais e dos investidores interessados nos projetos.
“Namorámos a Lone Star algum tempo”
O ministro da Economia, Pires de Lima, que esteve presente na cerimónia de apresentação do “Master Plan”, juntamente com Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, contou que o Governo já “andava a namorar a Lone Star há algum tempo, desde finais de 2013”. “Quando definimos como fundamental iniciar um processo de recuperação do investimento em Portugal”, frisou.
“Devo agradecer à Lone star e ao senhor Paul Taylor e ao embaixador dos EUA [Robert A. Sherman, que também esteve presente na cerimónia] o facto de terem acreditado em Portugal, de irem concretizar este investimento e de se disponibilizarem para dentro da sua rede de contactos fazerem deste investimento um emblema para a conquista de outros investidores americanos e do norte da Europa para Portugal”, referiu o governante.
Já Adolfo Mesquita Nunes considerou que a importância deste projeto para o turismo e para o Algarve será dada pelos turistas: “Se eles gostarem do projeto e quiserem vir para cá é um bom investimento se não gostarem e não quiserem ir não é”.
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