
O empresário Vasco Pereira Coutinho será, provavelmente, um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses, mas no mundo do imobiliário é uma das grandes "feras", sendo um dos principais investidores nacionais. Agora, o seu nome surge no escândalo internacional do Panama Papers, sendo apontado como o beneficiário final de uma teia de offshores nas Bahamas, no Estado norte-americano de Delaware, nas Ilhas Virgens Britânicas e em Malta.
Vasco Pereira Coutinho, amigo de Ricardo Salgado e irmão de João Pereira Coutinho (dono da SAG), socorreu-se nos últimos anos de uma teia de estruturas offshore para conduzir os seus negócios, segundo contam a TVI/Expresso com base na fuga de informação da sociedade panamiana Mossack Fonseca.
Como funcionavam os negócios do amigo de Ricardo Salgado?
A Goldeneye Finance Services, criada em 2009 nas Ilhas Virgens Britânicas, é apontada pela reportagem conjunta destes meios como o centro nevrálgico de uma parte do império de Vasco Pereira Coutinho, a partir da qual se destacam avultados investimentos imobiliários em vários países.
Segundo a TVI/Expreso, uma carta de setembro de 2015 da Mossack Fonseca sobre Pereira Coutinho indica que a Goldeneye estava a financiar um projeto imobiliário na América do Sul, mas também tinha investimentos na China.
Um esquema interno da Mossack Fonseca, traçado três anos antes, mostra que a Goldeneye controlava a Try-Vin Holdings, de Malta, que, por seu lado, detinha a Valco Holding (das Ilhas Virgens), bem como 90% da empresa portuguesa Cidade do Porto - Investimentos Imobiliários.
Os meios noticiam que, segundo a Mossack, a Valco tinha como objetivo gerir investimentos noutras empresas. Foi a partir desse offshore que Vasco Pereira Coutinho investiu 180 mil dólares para comprar 50% da empresa Prominvest, além de ter emprestado €530 mil à já referida Cidade do Porto. A todos os offshores estarão associadas contas no BCP, de acordo com a Mossack Fonseca.
Empresária portuguesa de design também está metida
Uma das personalidades que constam da lista de cidadãos nacionais proprietários de offshores é, segundo a TVI/Expresso, a decoradora de interiores Graça Viterbo Abreu Loureiro (mais conhecida como Gracinha Viterbo).
Juntamente com o marido e sócio, Miguel Vieira da Rocha, a diretora criativa da Viterbo Interior Design criou em 2011 a empresa Seashore Investment Holding Ltd, com endereço nas Ilhas Virgens Britânicas.
"A Viterbo Interior Design em Portugal não detém qualquer sociedade offshore. A Seashore Investment Holding esteve relacionada com a internacionalização da empresa que abrimos em Singapura, onde vivemos e somos residentes fiscais, e já não se encontra ativa", esclarece Miguel Vieira da Rocha, citado na referida reportagem.
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