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Vendas de casas disparam... e preços também
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Vendem-se casa vez mais casas em Portugal, um destino que continua a estar na moda. Que o digam os investidores estrangeiros, que estão a apostar forte no mercado nacional, sobretudo em Lisboa e Porto. Uma tendência que está a fazer (também) com que os preços dos imóveis disparem. Este é o cenário verificado nos primeiros seis meses do ano pelas três maiores imobiliárias a atuar no território nacional.

A Remax, por exemplo, “concretizou mais de 15 mil transações de compra e venda [entre janeiro e junho], o que se traduz num aumento de 41% face ao mesmo período do ano passado”, revelou Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, em declarações ao Jornal de Notícias.

Já a Era aumentou a faturação 37% face ao período homólogo. “Foram vendidos mais de 5.500 imóveis”, adiantou o diretor-geral da mediadora, Miguel Poisson, citado pela publicação.

No caso da Century 21, a faturação no primeiro semestre foi de 11.3 milhões de euros, mais 33% que os 8,5 milhões de euros alcançados nos primeiros seis meses de 2015, disse Ricardo Sousa, diretor da imobiliária.

Para Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, especializada na produção e difusão de indicadores de análise do mercado, deixou, no entanto, um alerta: “O mercado habitacional está a ficar pressionado em resultado da cada vez mais evidente carência de oferta. Quase se pode afirmar que a realidade do mercado nos últimos anos foi alheia às necessidades da economia doméstica”.

Segundo o responsável, quase todo o investimento dos últimos anos foi canalizado para novos setores, destacando-se a reabilitação urbana e, dentro desta, o mercado do imobiliário turístico, em especial, o alojamento local”. Uma situação que influencia os preços praticados. “A localização central dos imóveis implica a orientação da oferta para a gama alta, situando os preços em patamares dificilmente replicáveis fora dos centros históricos”, disse.

Uma ideia, de resto, partilhada por Ricardo Sousa, que considera que “a classe média portuguesa está a comprar casas na periferia das grandes cidades, porque, em Lisboa e no Porto, a pressão na reabilitação tornou o mercado muito caro, o que está a ser apelativo para franceses e belgas”.

As três imobiliárias apontam ainda a escassez de casas novas. Para Ricardo Guimarães chegou-se “a um ponto em que praticamente não há oferta compatível com a procura, facto que se traduz nos preços, cuja subida a nível nacional supera a evolução da economia, da inflação, dos juros e das rendas”. “Começou um novo ciclo que tem de ser pensado. Não só é crível que a resposta ao mercado radique na simples retoma da construção nova, como é desejável que haja capacidade para ter nesse investimento uma segunda geração de reabilitação, focada nas cidades consolidadas”, salientou.

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