
O empreendimento Porto Cruz (do grupo SIL), que deverá nascer no terreno de antigas fábricas na foz do Jamor – inclui apartamentos, escritórios e comércio – , está em vias de ser aprovado pela Câmara de Oeiras, mas a sua construção está a ser alvo de críticas. Isto porque o projeto está previsto para uma zona de risco associada à subida do nível da água do mar, que poderá vir a sofrer com inundações cada vez mais comuns face às alterações climáticas. Este é um exemplo, mas não é o único na zona ribeirinha, segundo avisam os especialistas.
De acordo com o engenheiro geógrafo Carlos Antunes, citado pelo Expresso, que avança a notícia, “as características geofísicas da foz do Jamor colocam o empreendimento numa zona de perigosidade permanente, já que está num local muito suscetível a eventos de forçamento costeiro, quando se conjugam temporais, influência das marés e uma subida média do nível do mar de um metro no final do século”.
O investigador diz que, em vez de se recuar, “continuam a ocupar-se as duas margens do estuário” com vários projetos, é o caso do MAAT, da Fundação Champalimaud ou do hospital da Cuf Tejo e outros à espera de serem aprovados –, mas avisa que “a subida do nível médio do mar vai começar a duplicar a cada cinco ou dez anos a partir de 2050 e o território não vai ter capacidade de adaptação rápida.”
Com base na “Cartografia de risco costeiro associado à subida do nível do mar como consequência das alterações climáticas”, elaborada por uma equipa coordenada pelo especialista, s – nomeadamente entre Oeiras e Vila Franca de Xira, na margem direita, e entre Almada e Alcochete, na margem esquerda.dentro de trinta anos cerca mais de 36 mil pessoas e 8 mil edifícios, localizados junto ao estuário do Tejo, vão ser potencialmente afetados por inundaçõe
Sobre o caso do projeto Porto Cruz, a autarquia de Oeiras garante que a reconstrução dos molhes do rio Jamor e a requalificação do passeio marítimo numa cota elevada e a construção da marina (em avaliação de impacte ambiental) são “medidas de adaptação e proteção” do empreendimento, da estação e linha de comboio da Cruz Quebrada e das áreas públicas desportivas do Jamor.
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