
O mercado de escritórios está a crescer quer em Lisboa, como no Porto. São cada vez mais as empresas que procuram instalar os seus escritórios nestas duas cidades. E com a procura em alta são também cada vez os espaços arrendados. Em Lisboa, foram arrendados 121.300 metros quadrados (m2) de escritórios desde janeiro até abril, o triplo do valor apurado no mesmo período de 2021 (41.700 m2). E no Porto foram ocupados 15.000 m2 nos primeiros quatro meses do ano, também três vezes mais do que no mesmo período do ano passado (4.400 m2).
Ao que tudo indica, foi o mês de abril o mais dinâmico de 2022 em termos de ocupação de escritórios em ambas as cidades, aponta a JLL em comunicado:
- Em Lisboa, cerca de 47% dos 121.300 m2 foram arrendados no mês passado;
- No Porto, 61% da ocupação acumulada do ano foi selada em abril.
“O segundo trimestre inicia com uma dinâmica excelente nos dois mercados, fortemente impulsionados por operações de pré-arrendamento ou pré-ocupação própria, o que sinaliza a necessidade que a procura sente de garantir antecipadamente o espaço para as suas instalações”, comenta Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, citada no documento.

Escritórios em Lisboa: pré-ocupação marca passo
Na capital portuguesa, o mês foi marcado pela pré-ocupação própria dos edifícios EXEO-Echo e EXEO-Aura pelo BNP Paribas, numa área agregada de 38.300 m2. Este espaço de escritório equivale a 67% da ocupação mensal registada no mercado, que ficou em 57.000 m2.
Só em abril, o mercado de Lisboa registou 17 transações, com uma área média de 3.350 m2. “Estas operações influenciaram a segmentação do mercado, com o Parque das Nações, onde se situam estes edifícios, e as empresas de serviços financeiros, a agregarem 70% do take-up mensal”, dizem na publicação.
De janeiro até abril deste ano, Lisboa foi palco de 62 operações para ocupação de escritórios, numa área média de quase 2.000 m2 por transação. A zona 3 (Novas Áreas de Escritórios) e a zona 5 (Parque das Nações) disputam a preferência das empresas neste período, com quotas de 31% e 39%, respetivamente, de take-up anual. Já em termos de procura, a liderança clara pertence às empresas de serviços financeiros, responsáveis por 58% da área ocupada entre janeiro e abril deste ano, explicam no relatório mensal Office Flashpoint.

Escritórios no Porto: 10 negócios concluídos só em abril
Viajando até ao norte do país e chegados à cidade do Porto, verifica-se que o mês de abril terminou com 10 operações, o que representa uma ocupação de 9.200 m2 de escritórios, dos quais 49% dizem respeito a uma operação de pré-arrendamento.
Um dos negócios em destaque realizou-se em Matosinhos e trata-se do arrendamento de 4.500 m2 no edifício Joana D’Arc pela empresa de coworking IWG/SPACES. Dada a dimensão da área ocupada, Matosinhos foi a zona “mais ativa”, com 70% do take-up mensal. E o setor de serviços a empresas o mais dinâmico, representando 59% do take-up mensal.
Olhando para os negócios realizados desde o início do ano na cidade Invicta, observa-se que a área média por operação continua abaixo dos 1.000 m2, registando-se um total de 22 operações nos primeiros quatro meses do ano. Neste mercado, a procura tem selecionado Matosinhos como destino preferencial, sendo esta zona geradora de 43% da ocupação anual. Já em termos de setores de procura, são as empresas de ‘serviços a empresas’, com uma quota maior (46%), seguidas das MT’s & Utilities (40%).

Dinamismo no mercado de escritórios irá manter-se?
É certo que abril representou um ‘boom’ para o mercado de escritórios tanto de Lisboa como do Porto. E é claro que também que existe imensa procura pelas empresas, que querem instalar os seus escritórios nestas cidades, num contexto em que o teletrabalho não é mais recomendado pelo Governo para travar a Covid-19 e o modelo de trabalho híbrido tem sido apontando pelos profissionais como “preferido”, potenciando um equilíbrio entre a vida profissionais e pessoal.
“Os próximos meses vão dar continuidade a esta forte dinâmica de procura e não há dúvida de que os projetos novos a entrarem no mercado, ou a entrar brevemente, vão ser rapidamente absorvidos. É tempo de reforçar junto dos promotores a ideia de que é preciso continuar a investir em novos projetos”, adianta Sofia Tavares, reforçando que “a procura está em forte crescimento”.
Para poder comentar deves entrar na tua conta