A empresa israelita HiBob, que é unicórnio desde o ano passado, escolheu Portugal para criar um novo 'tech hub' europeu e vai contratar 70 pessoas até final do próximo ano, disseram à Lusa os responsáveis da tecnológica. A HiBob é especialista em tecnologia aplicada à gestão de recursos humanos e é a terceira empresa presente na lista da Forbes 'Cloud 100' a abrir escritório em Portugal, com estatuto de unicórnio (empresa que atinge uma valorização de 1.000 milhões de dólares sem ter presença na bolsa) desde 2021, de acordo com a tecnológica.
O diretor do desenvolvimento do negócio ('senior director of business development'), Yoav Gur, sublinhou que, embora a tecnológica seja de origem israelita, "é uma empresa muito global", com pessoas em escritórios da Austrália aos EUA, incluindo ainda Londres, Berlim, Amesterdão e, agora, Lisboa. Também vende serviços nos países nórdicos, entre outros.
"Temos mais de 2.500 clientes e 700 pessoas, das quais 15 estão em Lisboa e esperamos muito mais neste ano e no próximo, estamos muito animados por estar aqui" em Portugal, acrescentou Yoav Gur.
Sobre a razão que levou a escolher Portugal para este novo 'tech hub', o presidente executivo da HiBob, Ronni Zehavi, disse que a empresa levou algum tempo "a analisar" onde é que deveria instalar um centro de excelência. "E chegámos à conclusão que Lisboa tem uma oferta local, vimos a tendência" de algumas empresas que estão a abrir escritórios locais na capital, "há algumas empresas israelitas que o fizeram antes de nós e depois fomos abordados por investidor português" que era acionista da empresa que comprámos em Portugal, explicou o gestor.
Lisboa, o destino natural para a empresa ter um 'tech hub'
Depois, a proximidade das culturas portuguesa e israelita, a que se somam as universidades e o número de alunos formados todos os anos e o talento, levaram a que Lisboa fosse o destino natural do novo 'tech hub' da HiBob.
O escritório em Lisboa "já está operacional", acrescentou o presidente executivo, e o plano "é atingir no final do próximo ano, 2023, cerca de 70 pessoas".
Sobre o tipo de competências que procuram contratar, João Ferro Rodrigues, que lidera a HiBob em Portugal, adiantou serem "pessoas de engenharia de 'software'", programadores, e pessoas de gestão de produto.
Ou seja, "os dois polos vão ser à volta de engenharia de 'software' e de serviço ao cliente", salientou, apontando que as candidaturas estão abertas e que a informação disponível sobre o tema pode ser consultada na página eletrónica da HiBob.
Estas áreas "são as duas primeiras grandes bolsas de recrutamento e a razão por que a HiBob decidiu investir em Lisboa, em Portugal, é porque acredita que existe muito talento disponível na nossa cidade, tanto a nível de qualidade de engenheiros de software como a nível na área de serviço ao cliente", sublinhou João Ferro Rodrigues.
"Estas são as duas grandes prioridades iniciais, mas se as coisas correrem bem, e nós vamos fazer por que as coisas corram bem, a ideia é replicar todas as funções que a HiBob tem, no marketing’ nas vendas, em outras áreas e capturar mais perfis" da tecnológica para o escritório local, prosseguiu.
O primeiro escritório fora de Israel de engenharia de software
João Ferro Rodrigues sublinhou que a abertura deste escritório em Lisboa "é muito importante" para a HiBob, já que é o primeiro fora de Telavive de engenharia de software.
O 'tech hub' de Lisboa vai estar a "trabalhar em determinadas linhas de produto que a HiBob quer desenvolver e que em Lisboa vamos ficar mais responsáveis pelo desenvolvimento dessas linhas de produto, novas áreas de negócio" da tecnológica, prosseguiu.
Yoav Gur salientou ter "elevadas expectativas" relativamente ao mercado português, destacando o ecossistema de 'startups'. Aliás, a HiBob vai ter encontros com unicórnios portugueses.
"Esperamos fazer parte deste ecossistema", sublinhou.
Mais empresas israelitas vão chegar a Portugal
Relativamente aos investimentos em Portugal, a tecnológica não adiantou números, mas salientou que é "um investimento significativo da HiBob na economia local".
Os responsáveis da HiBob reuniram-se recentemente com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referindo que o autarca reconhece o valor deste investimento e quer "mais empresas como a HiBob a vir" para a capital portuguesa.
Se tudo correr bem "irão ver mais empresas israelitas a abrir escritórios aqui em Lisboa", o que "são boas notícias para a economia local", rematou Ronni Zehavi.
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