A Mota-Engil anunciou esta quarta-feira (16 de novembro de 2022) que assinou, em consórcio, dois contratos para ferrovias, um no México e outro na Colômbia, avaliados em cerca de 1.700 milhões de euros. Estes negócios, juntamente com outros consumados este ano, “permitem assegurar que o grupo irá manter a sua carteira de encomendas em níveis recorde”, revelou a construtora, salientando que “o crescimento do volume de negócios deverá superar os 30%” este ano.
Num comunicado publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e enviado às redações, a Mota-Engil detalha os moldes das empreitadas ganhas recentemente no México e na Colômbia, relativas a dois contratos de ferrovias.
No primeiro caso, diz a construtora que assinou, em consórcio, um contrato de ferrovia em regime de Parceria Público Privada (PPP) com pagamentos de disponibilidade indexados à inflação de 1,2 mil milhões de euros ao longo de 38 anos. Já no caso da Colômbia, trata-se de um contrato de construção de uma ferrovia no montante de 450 milhões de euros (valores reais de 2020).
“O contrato mexicano de ferrovia em regime de PPP inclui o projeto, a construção, o material rolante e o financiamento do sistema de metropolitano elétrico de transporte coletivo urbano da Linha 4 do Metro de Guadalajara com uma extensão aproximada de 21 km e 8 estações. Após o período de construção, o consórcio será o responsável único pela operação do sistema de cobrança de tarifas. Os pagamentos de disponibilidade encontram-se indexados à inflação e não apresentam risco de procura. Este projeto deverá servir inicialmente cerca de 117.000 passageiros diários, que crescerão para 230.000, ligando Guadalajara e Tlajomulco de Zúñiga na parte sul da área metropolitana de Guadalajara. Este projeto será o terceiro que a Mota-Engil irá executar na rede de metropolitano de Guadalajara”, lê-se na nota.
Relativamente à empreitada na Colômbia, diz respeito à construção de uma ferrovia que inclui o projeto, a construção e o fornecimento de locomotivas para o “Metro de la 80” de Medellín com 13 km de extensão, 17 estações e capacidade para 179.400 passageiros diários.
“O preço da componente de construção será ajustado de acordo com a inflação local. Este projeto beneficiará essencialmente a parte oeste da cidade de Medellín, melhorando a mobilidade e transformando positivamente o espaço público, estimando-se que o mesmo permita reduzir anualmente a emissão de 132 mil toneladas de CO2 na atmosfera”, explica a construtora.
Apostar na América Latina é uma "estratégia vencedora"
A Mota-Engil considera que a adjudicação destes dois projetos reflete a uma “estratégia vencedora” que assumiu, “de consolidar a presença como um dos principais players no setor ferroviário na América Latina”.
“Atualmente, a Mota-Engil encontra-se a executar oito projetos de construção de ferrovia na América Latina, seis no México, um na Colômbia e um no Panamá, totalizando cerca de 657 km, dos quais 347 km correspondem a construção nova e 310 km a reabilitação. Estes projetos contemplam diferentes soluções técnicas, nomeadamente comboios tradicionais a gasóleo, comboios elétricos, comboios ligeiros totalmente autónomos ou com condutor, bem como comboios mono carril”, indica a construtora.
Para poder comentar deves entrar na tua conta