
A resposta das famílias portuguesas à alta taxa de inflação e à subida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), que está a contribuir para o aumento das taxas Euribor e, consequentemente, da prestação do crédito habitação, parece estar a ser dada. O montante total de crédito habitação concedido aos particulares está a desacelerar e, ao mesmo tempo, os depósitos estão a aumentar, naquela que será uma forma de tentar aumentar as poupanças.
Os dados divulgados esta segunda-feira (28 de novembro de 2022) pelos Banco de Portugal (BdP) confirmam esta tendência. Segundo o supervisor, no final de outubro, os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam 182,1 mil milhões de euros, tendo aumentado 0,8 mil milhões de euros face a setembro e 7,0% em relação ao período homólogo. Trata-se, de resto, do segundo maior aumento homólogo do ano, apenas atrás do mês de julho (7,2%).
“No final de outubro de 2022, os depósitos à ordem e os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) representavam, respetivamente, 49% e 51% do montante total de depósitos”, lê-se no boletim do BdP.
A entidade liderada por Mário Centeno, ex-ministro das Finanças, adianta que desde o início do ano, os depósitos à ordem constituídos pelos particulares aumentaram 6,9 mil milhões de euros. “Este aumento foi, no entanto, inferior ao observado no mesmo período do ano anterior (7,3 mil milhões de euros). Os depósitos a prazo aumentaram 2,3 mil milhões de euros desde janeiro de 2022, superando o valor observado nos mesmos meses de 2021 (0,5 mil milhões de euros)”, conclui.
Colocar as poupanças num depósito a prazo quanto rende?
Colocar poupanças num depósito a prazo rende 1,44% nos Países Baixos, 20 vezes mais que em Portugal. Dados relativos a agosto mostram que a taxa de juro nos depósitos a prazo em Portugal foi de 0,07%, a terceira mais baixa da União Europeia (UE).
Conforme escrevemos neste artigo, em outubro, a tendência de colocar as poupanças no banco a render foi-se perdendo, sobretudo, em Portugal, onde as taxas de juros nos depósitos a prazo estão abaixo de 0,50% desde dezembro de 2015, segundo dados do BdP.
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