
Todos os fatores macroeconomicos parecem estar reunidos para que a tempestade económica se forme a nível mundial. A inflação está nos níveis mais elevados das últimas décadas em vários países. E os bancos centrais de todo o mundo estão empenhados em subir os juros diretores para fazer baixar a escalada de preços, reduzindo o consumo das famílias e o investimento das empresas. Com este cenário como pano de fundo, a Centre for Economics and Business Research (CEBR) afirma que é esperada uma recessão económica global já em 2023.
A atividade economia mundial deverá arrefecer já no próximo ano, apontam as previsões da consultora britânica que publica anualmente projeções de várias economias do planeta. "É provável que a economia mundial enfrente uma recessão no próximo ano em resultado das subidas das taxas de juros em resposta à inflação mais elevada", afirmou Daniel Neufeld, diretor do CEBR e responsável pelas projeções, citado pela Bloomberg.
Isto quer dizer que, de acordo com a CERB, é o aperto da política monetária internacional que está, sobretudo, na origem de um cenário de recessão económica mundial desenhado para o próximo ano. "A batalha contra a inflação ainda não está ganha. E esperamos que os bancos centrais mantenham as suas armas em 2023, apesar dos custos económicos. O custo de fazer baixar a inflação para níveis mais confortáveis coincide com perspetivas de crescimento [económico] mais fracas para os próximos anos", diz a mesma publicação.
As previsões da consultora britânica são, assim, mais pessimistas do que as do próprio Fundo Monetário Internacional, que projetou em outubro um crescimento económico mundial de 2,7% no próximo ano. Mas deu nota que havia 25% de probabilidades de o PIB mundial crescer menos de 2% já em 2023.
Para a Zona Euro, as projeções da Comissão Europeia para 2023 antecipam um crescimento do PIB de apenas 0,3%. Já o Conselho do Banco Central Europeu – que já subiu os juros diretores em 250 pontos base entre julho e dezembro deste ano - admite que “a atividade económica na área do euro poderá registar uma contração no presente trimestre e no próximo, devido à crise energética, à elevada incerteza, ao enfraquecimento da atividade económica mundial e às condições de financiamento mais restritivas", lê-se na nota de imprensa publicada no passado dia 15 de dezembro. Em concreto, o Eurosistema estima agora que a economia europeia irá registar uma taxa de crescimento de 0,5% em 2023, sendo bem inferior ao crescimento de 3,4% estimado para 2022.
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