Subida de juros e inflação nos EUA explicam abrandamento do mercado residencial desta zona de Nova Iorque no final de 2022.
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Preço das casas em Manhattan
Foto de Michał Ludwiczak no Pexels

A dinâmica no mercado residencial de Manhattan, em Nova Iorque (EUA), começou a arrefecer na reta final de 2022. Com as altas taxas de juro nos créditos habitação e a limitada oferta de casas à venda, as transações residenciais caíram cerca de 30% entre o quarto trimestre de 2022 e o mesmo período do ano passado. E os preços das casas em Manhattan também desceram 5,5% entre estes dois momentos.

As subidas dos juros de referência por parte da Reserva Federal dos EUA (Fed) ao longo de 2022 está a influenciar os negócios no mercado residencial de Nova Iorque e, em particular, da zona de Manhattan. O último aumento das taxas de juro pelo Fed foi anunciado a 14 de dezembro na ordem dos 50 pontos base, revelando um abrandamento do ritmo de subida levado até então. Depois desta decisão, as taxas de juro passaram a estar num intervalo entre 4,25% e 4,50%.

Consequentemente, os juros nos empréstimos habitação também estão mais elevados. De acordo com a Bloomberg, a taxa fixa de um crédito a 30 anos chegou aos 7,08% na reta final do ano. E este cenário levou muitos compradores a pagar a pronto: segundo as contas da empresa avaliadora Miller Samuel Inc. e da corretora Douglas Elliman Real Estate, cerca de 55% dos novos proprietários compraram a casa sem empréstimo, sendo esta a maior participação desde 2014.

Mas há famílias que não têm capacidade financeira para comprar uma casa em Manhattan sem crédito habitação. E como estão bem mais caros, os negócios desaceleraram. Em concreto, foram vendidas 2.546 casas entre outubro de dezembro de 2022, um número 30% inferior face ao ano passado. E também os preços das casas caíram 5,5% na reta final do ano. Esta foi a primeira queda registada nos valores das habitações desde o início da pandemia. Mas, ainda assim, os preços das casas hoje praticados ainda estão 10% acima dos registados no final de 2019.

Ainda assim, os Jonathan Miller, presidente da Miller Samuel, acredita que será visto uma “queda modesta nos preços ao longo do ano, mas não uma correção”. Até porque continua a haver uma oferta de casas muito limitada nesta zona de Nova Iorque, o que evita que os preços caiam muito, refere a mesma publicação. Além disso, o mercado residencial de luxo continua a alimentar os negócios e os preços.

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