PIB aumenta em Portugal: economia cresce 1,9% em termos homólogos

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no terceiro trimestre (3ºT) face ao mesmo período do ano passado e recuou 0,2% em cadeia, segundo estimativas divulgadas esta terça-feira (31 de outubro de 223) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo o instituto, a taxa de variação homóloga do PIB no 3ºT de 2023, os já referidos 1,9%, é a mais baixa desde pelo menos o 3ºT de 2021:

• 1,9% no 3ºT de 2023;
• 2,6% no 2ºT de 2023;
• 2,5% no 1ºT de 2023;
• 3,4% no 4ºT de 2022;
• 4,8% no 3ºT de 2022;
• 7,4% no 2ºT de 2022;
• 12,1% no 1ºT de 2022;
• 6,9% no 4ºT de 2021;
• 5,3% no 3ºT de 2021.

Relativamente à taxa de variação em cadeia do PIB, diminuiu 0,2%, sendo o primeiro recuo desde pelo menos o 3ºT de 2021.

• -0,2% no 3ºT de 2023;
• 0,1% no 2ºT de 2023;
• 1,5% no 1ºT de 2023;
• 0,5% no 4ºT de 2022;
• 0,5% no 3ºT de 2022;
• 0,1% no 2ºT de 2022;
• 2,3% no 1ºT de 2022;
• 1,9% no 4ºT de 2021;
• 3,0% no 3ºT de 2021.

INE

“O PIB, em termos reais, registou uma variação homóloga de 1,9% no 3ºT de 2023, após ter aumentado 2,6% no trimestre precedente. O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu em relação ao verificado no trimestre anterior, em resultado da desaceleração significativa das exportações de bens e serviços em volume, tendo a componente de bens registado uma redução expressiva. Por sua vez, as importações de bens e serviços registaram uma redução moderada devido à componente de bens. Relativamente aos termos de troca, a redução do deflator das importações em termos homólogos no 3ºT foi mais intensa que a do deflator das exportações, verificando-se ganhos dos termos de troca mais elevados que no trimestre anterior. Em sentido contrário, a procura interna registou um contributo positivo para a variação homóloga do PIB, superior ao do trimestre anterior, verificando-se uma aceleração do investimento e um abrandamento do consumo privado”, lê-se no boletim do INE.

Na variação em cadeia, ou seja, no 3ºT de 2023 face aos três meses anteriores, o PIB registou uma diminuição de 0,2%, após um crescimento de 0,1% no 2ºT. 

De acordo com o INE, o contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB passou a negativo após ter sido positivo no 2ºT, refletindo a redução das exportações de bens e serviços, incluindo o turismo. “O contributo da procura interna passou de negativo a positivo no 3ºT, observando-se aumentos do consumo privado e do investimento”, conclui.

Nota: os resultados detalhados das Contas Nacionais Trimestrais do 3ºT deste ano serão conhecidos dia 30 de novembro de 2023.

"Temos de reforçar a procura interna", diz Medina

No Parlamento, em resposta às interpelações dos partidos depois do discurso de abertura do segundo dia do debate na generalidade sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que culmina esta terça-feira (31 de outubro de 2023) com a votação do documento, o ministro das Finanças disse que os dados da evolução do PIB reforçam a importância de estimular a procura interna, numa altura de desafios no exterior.

"Os números do PIB tornam claros: perante a recessão do exterior, da procura externa, temos de reforçar a procura interna”, referiu Fernando Medina.

Eurostat

PIB da Zona Euro e da UE sobe 0,1% no 3ºT em termos homólogos

Entretanto, as estimativas mais recentes do Eurostat indicam que o PIB cresceu 0,1% na Zona Euro no 3ºT face ao período homólogo, com Portugal a registar a maior subida (os já referidos 1,9%). Recuou, no entanto, 0,1% na variação em cadeia, ou seja, face ao 2ºT.

Segundo o gabinete de estaístcas europeu, no 3ºT deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, tanto o PIB da Zona Euro como o do conjunto da União Europeia (UE) cresceram 0,1%, subidas que surgem após crescimentos anuais de, respetivamente, 0,5% e 0,4% no trimestre anterior.

Já na variação em cadeia, o PIB corrigido de sazonalidade diminuiu 0,1% na Zona Euro e aumentou 0,1% na UE no 3ºT, em comparação com o trimestre anterior. Antes, no 2ºT de 2023, o PIB tinha crescido 0,2% na área da moeda única e tinha permanecido estável na UE.