O acesso à habitação em Portugal tem vindo a agravar-se perante os elevados preços das casas para comprar e arrendar, que continuam a subir a um ritmo mais elevado do que os salários das famílias. E também é difícil encontrar casas com boa eficiência energética no nosso país. Tudo isto ajuda a explicar os resultados do mais recente estudo do Observador Cetelem, que indicam que a maioria dos portugueses está insatisfeita com a casa onde vive. Tanto assim é que cerca de metade dos inquilinos tenciona mudar de casa, apontando o preço como o critério mais importante na hora de escolher um novo lar.
O novo estudo do Observador Cetelem revela que só 29% da população portuguesa está totalmente satisfeita com a casa onde vive. E os motivos que causam este descontentamento generalizado prendem-se, sobretudo, com os encargos adicionais com a habitação, o desempenho energético, o modo de aquecimento e ainda o preço da casa. Por outro lado, a localização é o fator mais elogiado, seguido da proximidade a espaços verdes, lojas e serviços.
O que também ficou visível é que há “diferenças marcantes” entre a opinião de proprietários e arrendatários, estando os inquilinos mais insatisfeitos. “Quando o tema é o orçamento familiar, um terço dos arrendatários afirma ter dificuldades em gerir os custos de habitação, contrastando com 85% dos proprietários que consideram conseguir fazer uma gestão adequada”, destacam no estudo enviado às redações esta quinta-feira, dia 17 de outubro. E quem vive em casas arrendadas está mais insatisfeito com o estado do imóvel do que quem vive numa casa própria.
Talvez por isso é que o estudo revela que cerca de metade dos arrendatários tenciona mudar de casa no futuro – sem detalhar, contudo, se pretenderem arrendar nova habitação ou avançar com a compra de casa. Já no universo dos proprietários apenas 17% diz querer mudar de habitação, com a grande maioria admitir que quer conservar a sua casa a longo prazo, “não só por ser património que querem transmitir às futuras gerações, mas também por o considerarem um investimento seguro”, explicam ainda desde o Observatório Cetelem, que pertence ao grupo BNP Paribas Personal Finance.
Apesar das diferenças entre arrendatários e proprietários, o preço da habitação é o critério que a maioria dos inquiridos considera mais importante na hora de escolher uma casa nova para viver, seguido da localização, da necessidade ou não de obras, e dos custos das despesas associadas com habitação. A fatura energética e dimensão da casa também são pontos importantes.
O que o mesmo estudo conclui é que as “preocupações relativas à habitação são transversais na Europa”, nomeadamente na Bélgica, França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido. “À semelhança dos portugueses, são poucos os europeus que manifestam estar totalmente satisfeitos com a sua casa (33%), apontando como principais motivos igualmente o montante que pagam mensalmente e outras despesas associadas à habitação”, lê-se ainda.
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