“Reta final de ano marcará um novo impulso” no imobiliário comercial

O mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal está dinâmico, tendo o terceiro trimestre dado sinais de recuperação da confiança dos investidores. Segundo Paulo Silva, Head of Country da Savills, apesar dos desafios ainda existentes, “como um quadro macroeconómico que ainda sugere cautela e tensões geopolíticas”, o cenário é de otimismo: “Acreditamos que a reta final de ano marcará um novo impulso e em 2025 os volumes de investimento deverão recuperar a níveis anteriores a 2023”. 

Os dados do relatório “Real Estate Market Overview” da Savills, relativos ao terceiro trimestre de 2024, indicam que o mercado de investimento imobiliário em Portugal somou 371,6 milhões de euros, número que representa um crescimento de 42% em comparação com os mesmos três meses 2023. Na variação em cadeia, ou seja, face ao segundo semestre, verificou-se, no entanto, uma queda de 5%. “No acumulado anual, o investimento ultrapassou a marca dos mil milhões de euros, em linha com o observado no ano transato”, refere a consultora em comunicado. 

Em destaque estão os segmentos de hospitality e retalho, sendo que o de hospitality soma já cerca de 275 milhões de euros de volume de investimento, atraindo a atenção dos investidores sustentada no bom desempenho dos principais indicadores do turismo. 

“Em 2024, o mercado de hospitality em Portugal consolidou-se como um dos setores mais atrativos para investimento, captando capital nacional e internacional. Com um desempenho robusto e oportunidades variadas, o país destaca-se como destino europeu de referência, atraindo operadores globais interessados em expandir as suas marcas. Esse cenário coloca o setor numa trajetória de crescimento sustentável e sucesso a longo prazo”, refere Pedro Simões, Capital Markets Senior Consultant da Savills, citado na nota. 

No caso do retalho, os centros comerciais e retail parks estão também a atrair a atenção dos investidores, “com os capitais a direcionarem-se tanto para ativos de grande dimensão e bem localizados, como para ativos de menor dimensão em localizações secundárias, que oferecem um potencial de valorização de mercado”, indica a consultora imobiliária.  

A Savills destaca ainda, por exemplo, o facto de no segmento Living o investimento em PBSA (Purpose-Built Student Accommodation), ou seja, em residências de estudantes, ser “um dos mais proeminentes, totalizando até à data cerca de 144 milhões de euros, correspondente à venda de residências de estudantes localizadas em Lisboa, Covilhã e Braga”.