Preço das casas arrendadas desacelerou o aumento em 15 dos 24 municípios mais populosos do país, revela o INE.
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Rendas antigas em Portugal
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O arrendamento em Portugal esteve dinâmico na reta final do ano passado. Mas foi registado um abrandamento na atividade e nos preços, numa altura em que a compra de casa está mais atrativa tendo em conta os baixos juros e os incentivos para os jovens. Foram fechados 24.445 novos contratos de arrendamento no final de 2024, o que representa um aumento anual de 3,4%, mas inferior ao registado no verão. E, em resultado, também se verificou uma desaceleração do aumento das rendas das casas entre estes dois momentos, uma tendência visível na maioria dos municípios mais populosos do país, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No quarto trimestre de 2024 a renda mediana dos 24.445 novos contratos de arrendamento em Portugal atingiu 8,43 euros/m2. Este valor representa um crescimento homólogo de 9,3%, inferior ao observado no trimestre anterior (9,8%)”, lê-se no boletim estatístico do INE publicado esta sexta-feira, dia 28 de março. Isto quer dizer que as rendas das casas continuam a subir no nosso país, mas a menor ritmo do que no verão. 

Há duas leituras sobre a atividade de arrendamento em Portugal. Por um lado, o número de novos contratos de arrendamento aumentou 3,4% face há um ano, tendo desacelerado o crescimento anual face ao registado no verão (+4,5%). Mas, por outro, foram arrendadas menos 1.591 casas no final de 2024 face ao trimestre anterior (-6,1%), seguindo a tendência trimestral decrescente observada no fim de cada ano. 

A nível geográfico, as rendas das casas aumentaram em todas as sub-regiões do país no último ano, à exceção de Terras de Trás-os-Montes (-7,6%). Os maiores crescimentos homólogos dos preços das casas para arrendar foram registados no Douro (+22,5%), Alentejo Litoral (+19,4%) e no Ave (+19,3%), com a Grande Lisboa (+7,6%) e o Grande Porto (+7,8%) abaixo da média nacional. 

As rendas das casas mais elevadas no final de 2024 foram registadas na Grande Lisboa (13,49 euros/m2), no Algarve (10,39 euros/m2), na Península de Setúbal (10,35 euros/m2), na Região Autónoma da Madeira (10,19 euros/m2) e na Área Metropolitana do Porto (9,31 euros/m2). Estas são as únicas regiões que têm rendas superior à mediana do país. No fundo da tabela está Terras de Trás-os-Montes, onde arrendar casa é mais barato (3,06 euros/m2).

Quanto à atividade, nove das 26 sub-regiões registaram descidas homólogas no número de novos contratos de arrendamento, com o Alentejo Litoral (-16,6%) a ter a mais expressiva. "Com crescimentos acima de 10%, destacaram-se o Cávado (13,4%) e as sub-regiões Área Metropolitana do Porto e Alto Tâmega e Barroso, ambas com 10,9%. A Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 42,5% dos novos contratos de arrendamento", lê-se na publicação.

Preço das casas para arrendar abranda em 15 municípios populosos

No último ano, as casas para arrendar ficaram mais caras em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, com destaque para Guimarães (+20,3%). Mas a verdade é que as rendas desaceleraram em 15 concelhos entre o fim de 2024 e o terceiro trimestre de 2024.

Foi no Funchal onde das rendas das casas mais abrandaram o ritmo de subida, com a taxa de variação homóloga do quarto trimestre (3,9%) a ser 22 pontos percentuais (p.p.) inferior à registada no verão. Também se sentiu uma forte desaceleração no aumento das rendas em Matosinhos (-13,5 p.p.) e em Odivelas (-8,6 p.p.). O município do Porto também entra nesta lista (-2,4 p.p.).

Por outro lado, sentiu-se uma aceleração do aumento do custo das casas para arrendar em 8 municípios, com Guimarães a registar a mais expressiva de todas (+10,7 p.p.). Lisboa sentiu um ligeiro aumento da subida das rendas das casas (+0,5 p.p.), enquanto em Loures ficaram praticamente estáveis.

Variações à parte, Lisboa continua a ser o município com as rendas mais elevadas (16,04 euros/2), seguido de Cascais (15,5 euros/m2), Oeiras (14,56 euros/m2) e do Porto (13,04 euros/m2). Barcelos é o concelho que apresenta as rendas mais baixas de todas (5,53 euros/m2).

No que diz respeito à atividade, 14 dos 24 municípios mais populosos do país “apresentaram taxas de variação homóloga do número de novos contratos superiores à nacional (3,4%), destacando-se Vila Nova de Gaia (26,5%), com a maior variação. Por outro lado, o número de novos contratos diminuiu nos municípios de Vila Franca de Xira (-8,6%), Coimbra (-7,5%), Seixal (-6,5%), Almada (-6,1%), Guimarães (-3,1%) e Lisboa (-1,5%)”, destaca o INE.

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