Conclusão de casas novas tem “dinâmicas diferenciadas” a nível regional, aponta o INE. Licenciamentos abrandam crescimento.
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Casas novas em Portugal
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A dinâmica da habitação nova decorreu a diferentes velocidades em Portugal entre abril e junho deste ano, depois de ter arrancado o ano bem ativa. Por um lado, foram concluídas 6,6 mil casas novas neste período, o que representa uma queda anual de 4,4%. Mas, por outro, o número de habitações novas com licença voltou a subir na ordem dos 18%, embora se tenha observado um abrandamento face ao início de 2025.

Na primavera de 2025, “foram concluídos 6,6 mil fogos em construções novas para habitação familiar, o que corresponde a um decréscimo de 4,4% face ao mesmo período de 2024, após um crescimento de 16,1% no primeiro trimestre de 2025”, destaca o Instituto Nacional de Estatística (INE) na nota publicada esta sexta-feira, dia 12 de setembro. Muitas destas casas novas estarão no mercado da habitação, enquanto outras terão sido entregues às famílias que as compraram em planta.

A nível regional, o INE observou “dinâmicas diferenciadas” na conclusão de habitações novas. Apenas quatro regiões registaram aumentos no número de fogos novos concluídos: a Região Autónoma dos Açores (+129,8%), o Norte (+4,8%), o Oeste e Vale do Tejo (+4,1%) e o Centro (+3,6%). “Já no que diz respeito às reduções, destacam-se as mais expressivas ocorridas no Algarve (-65,4%) e no Alentejo (-42,8%)”, refere o INE no boletim.

Quanto ao total de edifícios – que incluí construções novas, ampliações, alterações e reconstruções -, o instituto indica que foram concluídos 3,9 mil prédios no país no segundo trimestre deste ano, menos 15% face ao período homólogo, "acentuando a trajetória de redução já observada no trimestre anterior (-10,5%)”. Foram observadas quedas anuais em todos os tipos de edifícios concluídos, desde nova construção às reabilitações. Ainda assim, “as construções novas mantiveram-se predominantes, representando 83,4% do total de edifícios concluídos, dos quais 81,5% se destinaram a habitação familiar”, informa.

Há mais casas licenciadas - mas crescimento abranda

Em breve, o Governo vai rever os licenciamentos urbanísticos para encurtar os prazos na construção, mais de um ano depois de o simplex ter sido aplicado e gerado muitas dúvidas nas autarquias e players do setor. Mas, mesmo na ausência desta revisão ao diploma, os projetos de licenciamento continuam a avançar a bom ritmo.

É isso que revela ainda o INE: “No segundo trimestre de 2025, foram licenciados 10,4 mil fogos em construções novas para habitação familiar, o que correspondeu a um aumento de 17,9% face ao mesmo período de 2024, após a variação de +39,1% registada no 1.º trimestre de 2025”. Ou seja, o número de casas novas com licença continua a aumentar no país, mas a menor ritmo do que no arranque do ano. 

Observaram-se aumentos no número de casas novas com licença na maioria das regiões do país, com destaque para o Centro (+51,9%), Algarve (+40,5%), Oeste e Vale do Tejo (+34,0%) e Península de Setúbal (+21,2%). A únicas regiões a apresentar quedas anuais foi o Alentejo (-11,8%) e a Grande Lisboa (-1,8%). “Estes resultados estiveram associados ao licenciamento de edifícios de grande dimensão, cada um correspondendo a um único edifício licenciado, como os registados em Leiria (116 fogos), Portimão (119 fogos), Santarém (70 fogos) e Seixal (96 fogos)”, explica o gabinete de estatística português.

O Norte manteve-se como a principal "região impulsionadora" dos licenciamentos urbanísticos, concentrando 46,2% dos fogos licenciados em construções novas para habitação familiar. O Centro ocupou a segunda posição (com 17,3%), seguido da Grande Lisboa (11,0%) e do Oeste e Vale do Tejo (8,1%).

Quanto ao licenciamento de edifícios em Portugal (construções novas, reabilitação e demolições), o INE revela que foram licenciados 6,5 mil prédios, um aumento de 4,3% face ao período homólogo, mas “significativamente abaixo da variação de 27,6% registada no primeiro trimestre de 2025”. Do total de edifícios licenciados, 76,0% destinavam-se a construções novas, dos quais 81,0% tinham como finalidade a habitação familiar.  

“O licenciamento de edifícios para construções novas cresceu 4,4% (+31,6% no 1º trimestre de 2025), enquanto o licenciamento para reabilitação aumentou 6,1%, desacelerando face aos 20,4% do primeiro trimestre”, refere ainda.

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