
O novo presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE) disse esta quarta-feira (dia 22 de outubro) querer colocar "a sociedade civil no coração da Europa", defendendo como prioridades responder à "emergência" da crise habitacional e o combate à pobreza.
"A sociedade civil deve estar no coração da Europa", disse Séamus Boland, em conferência de imprensa em Bruxelas, após ter sido eleito como o novo presidente do CESE, sucedendo a Oliver Röpke no cargo.
Referindo que esse é o "estilo" de presidência que quer adotar "nos próximos dois anos e meio", o irlandês defendeu a necessidade de "construir uma nova Europa" e afirmou que a perda da sociedade civil abre as portas à desinformação e a "uma série de pessoas que não estão realmente interessadas na democracia, mas apenas interessadas na destruição".
Entre as principais prioridades para o seu mandato, Boland apontou a necessidade de responder à "emergência" da crise habitacional e o combate à pobreza.
"Milhões e milhões de jovens na Europa não estão preocupados com ideologias (...) estão preocupados com a habitação", Séamus Boland, novo presidente do CESE
"Milhões e milhões de jovens na Europa não estão preocupados com ideologias. Eles estão preocupados com a habitação e em conseguir um lugar para as suas famílias viverem quando começam a sua vida [adulta] aos 20 e aos 30 [anos]", apontou, indicando que essa preocupação lhe havia sido transmitida ainda esta manhã pelo antigo primeiro-ministro e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa.
"Quando excluímos as pessoas da sua casa, dos seus direitos, das legislações de igualdade, então criamos pobreza", advertindo, fazendo referência a outra das suas prioridades: a erradicação da pobreza.
"Não se foi embora. Ainda está connosco e precisamos de lutar contra ela", disse, lembrando que a Europa não é "apenas o maior projeto de paz no planeta", mas também "o maior projeto de justiça social, igualdade e humanidade".
O novo presidente deste órgão consultivo disse ainda que a Europa "deve ser uma união de oportunidades", que "balance o crescimento económico e que assegure se derrube os direitos em termos de competências, em termos dos direitos dos trabalhadores".

Alterações climáticas criam cenário de incerteza
Por sua vez, Alena Mastantuono, que foi esta quarta-feira eleita como vice-presidente deste comité para a área do orçamento, começou por fazer referência ao atual quadro geopolítico e às alterações climáticas que criam um panorama de "incerteza".
Segundo a vice-presidente checa, "essa instabilidade" coloca desafios "resiliência económica da Europa e na competitividade global", e, consequentemente "no bem-estar social". "Sem uma economia saudável, não pode haver progresso social duradouro e sem estabilidade social, os ganhos económicos permanecerão frágeis", acrescentou.
Já croata Marija Hanževački, eleita vice-presidente com a pasta da comunicação, sinalizou que tem vindo a trabalhar para "garantir que a sociedade civil tem uma voz a nível europeu" e defendeu que a "comunicação importa", nomeadamente como "responsabilidade democrática".
"Se queremos que os cidadãos confiem nas instituições precisamos de os ouvir", disse, lembrando que a confiança nos média tradicionais "está a cair e a desinformação espalha-se mais rápido do que os factos".
Criado em 1957, o Comité Económico e Social Europeu é um órgão consultivo composto por 329 representantes de organizações de empregadores, de trabalhadores e da sociedade civil dos 27 Estados-membros do bloco comunitário.
Este Comité emite pareceres sobre diversas temáticas dirigidos à Comissão Europeia, Conselho e ao Parlamento Europeu.
Os membros do Comité Económico e Social Europeu são designados pelos governos nacionais e nomeados pelo Conselho da UE por períodos renováveis de 5 anos, sendo que a cada dois anos e meio o comité elege "uma mesa composta por um presidente e dois vice-presidentes, escolhidos por rotação entre os três grupos", segundo conta no seu 'site'.
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