A avaliação bancária das casas é um dos processos essenciais nos pedidos de crédito habitação, uma vez que a banca costuma emprestar até 90% do menor valor entre o preço do imóvel e o valor da avaliação. Em Portugal, à semelhança com o que acontece com o preço das casas à venda, o valor mediano da avaliação bancária continua a subir de forma consistente, tendo atingido 1.995 euros por metro quadrado (euros/m2) em setembro de 2025, o que representa um novo máximo histórico, de acordo com os mais recentes dados estatísticos oficiais.
“Em setembro de 2025, o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.995 euros/m2, tendo aumentado 30 euros (1,5%) relativamente a agosto”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim divulgado esta sexta-feira, dia 24 de outubro.
No total, foram consideradas 32.977 avaliações bancárias no mês de setembro. Face ao mês anterior, isto representa um acréscimo de 4,2%, evidenciando uma recuperação na procura de financiamento. Contudo, em termos homólogos, verificou-se uma ligeira redução de 0,4%, sinal de que o ritmo de pedidos de crédito está mais moderado do que há um ano.
Segundo os dados do INE, a evolução regional mostra que nenhuma região registou descidas face a agosto, sendo a Região Autónoma dos Açores a que apresentou a variação mensal mais intensa, com uma subida de 2,9%. Já em termos homólogos, destaca-se a Península de Setúbal, onde o valor mediano das avaliações avançou 25,9% num ano, consolidando a região como uma das zonas onde o preço dos imóveis mais tem acelerado.
Apartamentos: m2 vale 2.307 euros para os bancos
No segmento dos apartamentos, o valor mediano de avaliação bancária fixou-se em 2.307 euros/m2, traduzindo um aumento expressivo de 22,6% em relação a setembro de 2024. Este segmento foi particularmente influenciado pelo desempenho das regiões metropolitanas e turísticas, destacando-se a Grande Lisboa, onde o valor médio alcançou 3.025 euros/m2, e o Algarve, com 2.740 euros/m2. Pelo contrário, a região do Centro manteve-se como a zona com valores mais acessíveis, situando-se nos 1.512 euros/m2.
A Península de Setúbal registou novamente a maior variação homóloga deste segmento, com um aumento de 28,5%, confirmando a forte pressão sobre o mercado local, influenciada pela procura externa, pela proximidade a Lisboa e pela crescente escassez de oferta. Em comparação com o mês anterior, o valor mediano dos apartamentos cresceu 1,7%, com o Alentejo a destacar-se pelo aumento mais significativo, de 5,0%.
As tipologias que dominam as avaliações dos apartamentos realizadas em setembro (92,9%) são:
- Apartamentos T1: maior valorização mensal, com o valor mediano a aumentar 104 euros num mês, para 3.018 euros/m2;
- Apartamentos T2: aumento mais moderado, o m2 ficou 46 euros mais caro, fixando-se em 2.390 euros/m2;
- Apartamentos T3: valor cresceu 14 euros, alcançando 1.971 euros/m2.
Moradias: valorização anual estabiliza
Nas moradias, o valor mediano de avaliação bancária situou-se em 1.459 euros/m2, o que representa um aumento de 12,1% face ao mesmo mês do ano anterior. Ainda que o ritmo de valorização seja inferior ao observado nos apartamentos, o segmento mantém uma trajetória de crescimento, sobretudo nas zonas de maior pressão habitacional.
A Grande Lisboa voltou a apresentar o valor mais elevado do país (2.729 euros/m2), seguida do Algarve (2.486 euros/m2), enquanto o Centro e o Alentejo permanecem como as regiões com valores mais reduzidos (1.081 euros/m2 e 1.139 euros/m2, respetivamente).
Face ao mês anterior, o valor de avaliação bancária subiu 2,0%. "O Oeste e Vale do Tejo foi a região com o crescimento mais elevado (3,3%), tendo-se registado uma única descida no Alentejo (-0,1%)", lê-se no boletim.
A maioria das avaliações bancárias de moradias (88,8%) dizem respeito a T2, T3 e T4, tendo sido valorizadas no último mês:
- Moradias T2: valor mediano aumentou 48 euros, fixando-se em 1.443 euros/m2;
- Moradias T3: subiu 24 euros, para 1.425 euros/m2;
- Moradias T4: aumentou 26 euros, atingindo 1.555 euros/m2.
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