Todas as quintas-feiras levamos-te a conhecer casas de sonho pelo Mundo. Hoje vamos até a um refúgio contemporâneo onde a arquitetura se funde com a paisagem através de telhados verdes. Aqui, cada detalhe procura diluir os limites entre o natural e o construído, criando um equilíbrio perfeito entre design, sustentabilidade e integração ambiental.
O arquiteto japonês Sou Fujimoto, conhecido pela sua abordagem orgânica e fascínio pelas formas naturais, eleva esta ideia a um novo nível com Earth, uma casa de férias localizada na ilha de Ishigaki, no sul do Japão.
Uma habitação circular
A casa Earth apresenta-se como uma forma circular em betão que se curva suavemente sob um manto vegetal. Vista do ar, confunde-se com a paisagem envolvente. Apenas uma parede branca curva revela a sua presença, delimitando um jardim central que se eleva sobre a habitação como uma colina artificial.
“O edifício é circular e o telhado tem a forma de uma taça, criando um design suave e ondulado que permite aos hóspedes apreciar a paisagem verde e o azul cristalino do oceano de Ishigaki a partir do interior dos quartos”, explica Fujimoto. Esta fusão entre forma e natureza transforma a habitação numa extensão do terreno, uma espécie de topografia habitável.
O projeto, concebido para acomodar até 10 pessoas, integra a rede de residências exclusivas da Not A Hotel, que oferece experiências imersivas em locais emblemáticos do Japão. Neste caso, a vila abre-se para o mar com uma planta semicircular, abraçando as vistas do oceano e permitindo que a luz e a brisa tropical se infiltrem através dos amplos vãos envidraçados.
Na parte superior, um terraço oval adentra-se no jardim inclinado, ligando o exterior à zona social interior. A sala de estar e a de jantar situam-se no piso superior e abrem-se, através de portas de correr em vidro, para uma piscina infinita que prolonga a curva do edifício.
Luz, água e vegetação
O interior da vila preserva a serenidade e o calor típicos da arquitetura japonesa contemporânea. No piso superior encontram-se três quartos, uma sala de jogos e uma casa de banho panorâmica com uma banheira baixa de onde se podem observar os reflexos da água. Tudo foi idealizado para proporcionar uma experiência sensorial, em que o conforto surge da ligação com a natureza.
O piso inferior acolhe uma área de bem-estar que inclui um ginásio, uma sauna e um banho frio. Nesta zona, “a luz que ilumina a piscina do piso superior entra em abundância pelas claraboias da sauna, criando um espaço único que faz com que os hóspedes se sintam como se estivessem no fundo do oceano”, explica o arquiteto.
O projeto paisagístico, realizado por Taichi Saito, combina espécies autóctones com vegetação tropical, reforçando a ideia de continuidade ecológica. Entre as plantas do telhado verde encontram-se uma lareira circular ao ar livre e uma fonte projetada para crianças, convidando a desfrutar do ambiente como parte da experiência arquitetónica.
“O telhado está coberto da plantação e, visto de cima, a casa desaparece na paisagem”, resume Fujimoto. Com esta declaração, o arquiteto confirma o seu objetivo: desenhar uma habitação que não rivalize com o ambiente, mas que o prolongue.
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