Cerca de 48% dos residentes urbanos em Portugal veem com bons olhos a troca da cidade pela vida no campo, considerando que há mais vantagens no meio rural. Neste contexto, a Traditional Dream Factory (TDF), primeira aldeia regenerativa tokenizada da Europa, localizada no Alentejo, surge como uma possível resposta a esta tendência.
De acordo com um estudo do Vodafone Institute for Society and Communications, realizado em 2021, 56% dos europeus, de um total de 15 países analisados, desejam abandonar as cidades para se reconectarem com a natureza. Em Portugal, a percentagem é um pouco menor (48%), mas igualmente significativa. Do total dos residentes urbanos que admitem poder trocar a cidade pelo campo, 53% dizem ter alterado a sua perceção sobre a vida rural e outros 53% destacam o teletrabalho como fator que facilita esta possibilidade de mudança para zonas rurais.
Pelos restantes países europeus analisados, 45% dos habitantes das grandes cidades destaca o papel preponderante da pandemia na sua mudança de visão sobre este tema e 69% afirmam que a principal vantagem da vida no campo é a proximidade e conexão com a natureza.
TDF: onde a tecnologia serve a natureza e a comunidade
Para dar resposta a esta nova visão dos europeus, incluindo dos portugueses, surge a Traditional Dream Factory (TDF), a primeira ecovila regenerativa da Europa, financiada por ‘tokens’. Esta aldeia está localizada no concelho de Santiago do Cacém e tem como objetivo aliviar o stress das populações, repensando a relação entre o trabalho, a saúde e o planeta, enquanto se restauram ecossistemas e se regeneram solos, demonstrando que é possível outras formas de viver e produzir.
Emily, uma arquiteta londrina que agora vive na TDF, revela que Londres oferecia “oportunidades, mas não tempo”. Depois de anos de luta contra uma doença crónica, Emily reconheceu que o seu corpo “precisava de uma pausa” e optou por esta aldeia regenerativa para seguir o seu processo de recuperação. “Aqui aprendi a ouvir o meu corpo e a caminhar sem pressa. Todos os dias me lembro que a saúde começa com a reconexão consigo mesma enquanto vejo como a terra se regenera”, revela, em comunicado.
Também Kinga, uma ex-gestora de produto em Berlim, começou uma nova vida na TDF, algo que começou por duas semanas de voluntariado e que se converteu em sete meses de aprendizagem: “Sempre sonhei com uma vida ligada à terra. Hoje trabalho à chuva, preparo composto e cuido de galinhas. É difícil, mas é real”. A ex-gestora destaca ainda a satisfação de cultivar os seus próprios alimentos, ao mesmo tempo que contribui para a restauração de solos degradados. “É um desconforto temporário por uma vida pacífica e hedonista”, conclui.
Por fim, Luna, designer de luxo que se tornou especialista em sexualidade somática, descreve a experiência de vida nesta ecovila regenerativa como “profundamente transformadora”. “Todos os dias aprendo algo novo e desenvolvo competências em áreas como ecologia, permacultura, construção, culinária e facilitação, graças ao contacto diário com o saber e a experiência dos especialistas com quem convivo”, acrescenta.
Como membro fundadora da aldeia e mentora dos recém-chegados, Luna sublinha que a sua visão do trabalhou mudou: “Agora, viver e trabalhar são a mesma coisa. Posso ser eu mesma e, ao mesmo tempo, dedicar o meu esforço e o meu trabalho à regeneração ambiental”.
“Em tempos de crise climática e desconexão social, voltar às origens não é uma utopia: é uma necessidade. E a TDF apresenta-se como uma resposta concreta: regenerar a terra para regenerar a vida. Queremos inspirar outras pessoas a seguirem o mesmo caminho, porque precisamos de mais espaços como este”, conclui.
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