Casas da banca

Os bancos portugueses estão entre os maiores proprietários do país, devido à herança de casas de clientes que entraram em incumprimento no crédito à habitação e imóveis de empresas falidas. O novo imposto que acresce ao IMI é, por isso, uma grande preocupação para o setor da banca, que estima estar entre quem vai pagar das maiores faturas dos 160 milhões de euros que o Governo quer encaixar com a nova tributação.

Dos 106 imóveis do Novo Banco que foram a leilão no passado fim de semana em Lisboa e no Porto – 61 na capital e 45 na Invicta –, mais de 82% foram comercializados, ou seja, cerca de 90 imóveis. Em causa está um volume de vendas de cerca de seis milhões de euros, revelou a Euro Estates, responsável pela organização dos leilões.

Nos primeiros nove meses do ano, as famílias e os promotores imobiliários viram-se forçados a entregar aos bancos 1.933 imóveis, por dificuldades em cumprir com o pagamento do empréstimos concedidos. Trata-se de um aumento de 4,5% face ao período homólogo. A maioria destes imóveis vai depois a leilão, mas esta modalidade também está a perder fulgor. Em causa estão dados da APEMIP.

A Dialprogresso é uma empresa de mediação imobiliária que está no mercado desde 2008. Com a crise, a companhia, que tem sede em Rio Tinto, viu-se forçada a encontrar novos caminhos. A estratégia passa – desde 2011 – pela venda de casas que estão na posse de bancos em todo o distrito do Porto. Só nos primeiros seis meses deste ano a mediadora transacionou 53 imóveis da banca.

A crise obrigou muitas pessoas a terem de entregar a casa ao banco, na sequência de incumprimentos com o crédito à habitação.

A EuroEstates vendeu 99 casas em dois leilões realizados este fim de semana: 45 no leilão que decorreu em Lisboa (entre 52 imóveis em oferta) e 54 no que teve lugar no Porto (entre 55 que estavam para venda).

O número de imóveis na posse da banca cresceu muito nos últimos tempos, embora atualmente tudo indique que esteja a diminuir. Segundo Francisco Horta e Costa, CEO da CBRE Portugal, há um desfasamento entre as avaliações de quem vende e de quem compra.

o banco de portugal (bdp) vai apertar as regras sobre a avaliação de imóveis que os bancos têm em balanço e que só nos cinco maiores grupos financeiros ascendem a mais de 5.200 milhões de euros.

os cinco maiores bancos portugueses – cgd, bcp, bes, bpi e santander totta – têm em carteira cerca de 5.200 milhões de euros em casas recebidas pelos clientes na sequência de incumprimentos com o crédito à habitação.

as três principais imobiliárias a actuarem portugal estão a vender, por dia, 20 casas entregues à banca por devedores que não conseguem pagar os créditos. o número equivale a perto de cinco 4.866 imóveis, só este ano.

a euro estates realizou domingo (dia 26) um leilão de imóveis de casas da banca (do millennium bcp) no porto e em lisboa com ligação a paris (frança) por teleconferência.

os leilões de casas dos bancos têm vindo a ser bem sucedidos, mas apesar de haver boas oportunidades de negócios muitos imóveis acabam por não ser vendidos.

a imobiliária era vai leiloar, este fim-de-semana, 47 imóveis que se encontram na posse dos bancos.

a imobiliária era vai leiloar casas dos bancos com desconto, sendo que o primeiro evento irá realizar-se em braga no dia 2 de março.

o gráfico em cima dá a conhecer a evolução dos imóveis entregues em dação em pagamento desde dezembro de 2009.

a procura de casas para arrendar vai continuar a aumentar este ano, ao contrário da compra de imóveis.

a plataforma informática da associação dos profissionais e das empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip), que estava em preparação e que vai funcionar como um canal aberto para os milhares de imóveis da banca junto das mediadoras imobiliárias nacionais, está concluída.

recorrer a leilões para vender casas está na moda, sendo uma prática cada vez mais comum para bancos, promotores imobiliários, empresas institucionais e até particulares. esta é, de resto, uma tendência que se vem acentuando desde o ano passado, mas que ganhou força este ano.

a caixa geral de depósitos (cgd) está a oferecer a quem comprar casas detidas por si os impostos relacionados com a transacção.

o banco espírito santo (bes) está a apostar nos mercados internacionais para conseguir vender imóveis que tem em carteira provenientes do crédito malparado ou de dação. “estamos a apostar em mercados como o chinês, russo ou brasileiro”, revelou o presidente da entidade.

a associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip) vai criar um sistema para vender imóveis da banca através de empresas imobiliárias.

no último ano, o número de imóveis dos bancos à venda no mercado quase duplicou, sendo que existem actualmente cerca de 7.900 casas à venda resultantes de dações em pagamento.

a associação portuguesa dos utilizadores e consumidores de serviços e produtos financeiros (sefin) considera que as condições preferenciais que os bancos oferecem no crédito para a compra das casas que têm no balanço estão a distorcer a concorrência, penalizando quem quer vender os imóveis.

o millennium bcp lançou este mês uma campanha específica destinada à venda de casas de baixo custo. a iniciativa congrega imóveis “low-cost” que, na sua maioria, resultaram de processos de recuperação de crédito.