Incumprimentos com a casa

As famílias que estão com dificuldades em pagar os créditos habitação, por via da subida dos juros, já podem fixar as prestações da casa. Mas o universo de beneficiários abrangido ainda tem gerado algumas dúvidas. Quem renegociou o empréstimo pode ou não aderir à medida?

O pagamento das quotas dos condomínios é uma das despesas que muitas pessoas têm de enfrentar. Um valor mensal que poderá também aumentar, na sequência da alta taxa de inflação que se verifica. Para Vítor Amaral, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), não há dúvidas de que se está a “entrar num período perigoso”. O responsável antecipa, de resto, um aumento na ordem dos 7% a 8% em 2023.

O Fisco penhorou a casa a quase 56.000 famílias na sequência de dívidas, mas como as coloca à venda por uma fração do seu valor e o banco é primeiro credor nem sempre recupera as verbas em dívida.O caso de Célia Brissos, contado pelo Diário Económico, é revelador.

Os deputados discutem hoje (dia 6) em plenário, na Assembleia da República, várias propostas de alteração do regime extraordinário de renegociação do crédito à habitação.

Desde o início do ano foram resgatados dez mil Planos Poupança-Reforma (PPR), sendo que na maioria dos casos o dinheiro está a ser usado para pagar mensalidades futuras. Segundo o Jornal de Negócios, apenas 6% do montante resgatado foi utilizado para pagar prestações da casa em atraso.

O relatório apresentado ao Parlamento pela Comissão de Avaliação do Regime Extraordinário de renegociação de crédito concluiu que, entre novembro de 2012 e setembro deste ano, foram apresentados 1.626 requerimentos de acesso a este regime a 20 bancos, relativos a 1.486 contratos de crédito à habitaç

Os partidos admitem rever o regime extraordinário do crédito à habitação, que entrou em vigor há um ano – a 10 de novembro de 2012 – e que devia proteger as famílias que estão em incumprimento.

a falência do banco lehman brothers, em 2008, mergulhou o mundo numa grande crise financeira. na altura, o custo do crédito à habitação era insustentável, já que as prestações eram muito altas.

o gráfico em cima mostra qual tem sido a evolução, nos últimos três anos, da prestação média vencida no crédito à habitação.

os cinco maiores bancos portugueses – cgd, bcp, bes, bpi e santander totta – têm em carteira cerca de 5.200 milhões de euros em casas recebidas pelos clientes na sequência de incumprimentos com o crédito à habitação.

as famílias que beneficiaram, até ao ano passado, do congelamento de rendas, estão a passar por dificuldades na sequência da nova lei, que veio permitir uma actualização dos valores do arrendamento de imóveis.

as três principais imobiliárias a actuarem portugal estão a vender, por dia, 20 casas entregues à banca por devedores que não conseguem pagar os créditos. o número equivale a perto de cinco 4.866 imóveis, só este ano.

para muitos portugueses, arrendar casa é cada vez mais uma opção a ter em conta. os bancos mostram pouca disponibilidade para emprestar dinheiro para a compra de casa, pelo que a aposta passa pelo mercado de arrendamento.

a crise está a obrigar muitos portugueses a ter de entregar a casa ao banco, porque não conseguem cumprir com os respectivos créditos à habitação. mas desde o início do ano que se encontra em vigor legislação que dá hipóteses às famílias de não perder a casa.

a crise e a austeridade continuam a deixar marcar no país, havendo cada vez mais pessoas que não conseguem cumprir com os encargos com a casa, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento da prestação da casa.

a perda ou não de benefícios fiscais quando se faz uso de planos poupança-reforma (ppr) para pagar a casa tem suscitado muitas dúvidas, sendo que a polémica parece não ter fim à vista.

o representante da associação portuguesa de bancos (apb) josé manuel faria disse esta terça-feira no parlamento que os bancos “não têm interesse em levantar obstáculos” ao resgate dos planos de poupança-reforma (ppr) e dos planos de poupança-reforma e educação (ppr/e) para pagamento das prestações d

os deputados aprovaram por unanimidade um requerimento do bloco de esquerda (be) para ouvir várias entidades no parlamento, incluindo associações de consumidores e o banco de portugal (bdp), devido a queixas sobre dificuldades em usar os planos poupança-reforma (ppr) para pagar o crédito à habitação

em pouco mais de um mês, desde janeiro, o fisco já colocou à venda 2.281 casas penhoradas, o que dá uma média de cerca de 63 imóveis por dia.

a vereadora da habitação e acção social da câmara municipal de lisboa (cml), helena roseta, disse estar preocupada com os efeitos da entrada em vigor da nova lei das rendas nos orçamentos das famílias, temendo que tal situação provoque um aumento de pedidos de casas à autarquia.

no ano passado, foram entregues 5.500 imóveis aos bancos em dação em pagamento, menos 21% que em 2011.

o despejo electrónico, feito através do balcão nacional do arrendamento (bna), já é uma realidade para os senhorios que quiserem pôr um ponto final no contrato com os inquilinos, que podem, no entanto, contestar.

desde o dia 2 de janeiro que é possível recorrer ao resgate antecipado de planos poupança reforma (ppr) para pagar prestações do crédito à habitação sem sofrer penalizações.

em outubro, o crédito mal parado ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos cinco mil milhões de euros, sendo que é do crédito à habitação que advém boa parte da cobrança duvidosa.