A TAEG é de 2,7% a nível nacional, contra 1,84% de média europeia. Esta taxa reflete encargos com juros e outros gastos do crédito.
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Empréstimos da casa em Portugal são quase 50% mais caros do que na zona euro
Photo by Sabine Peters on Unsplash

Os portugueses nunca pagaram tão pouco pelo crédito à habitação. No entanto, o custo dos novos empréstimos para a compra de casa em Portugal é atualmente muito mais elevado (47%) do que na zona euro. Em sentido contrário ao verificado na média dos restantes países da moeda única, a taxa de anual de encargos efetiva global (TAEG) tem vindo a subir a nível nacional: fixou-se em agosto nos 2,7%, contra 1,84% de média europeia.

Os valores registados em Portugal, segundo dados do Banco Central Europeu (BCE) citados pelo Dinheiro Vivo, correspondem a aumento de 79 pontos-base face à TAEG registada um ano antes. Na zona euro, a taxa média fixou-se nos 1,84%, menos 27 pontos-base do que em agosto de 2018.

Esta taxa reflete os encargos com juros e ainda outros encargos inerentes ao empréstimo à habitação. Também a taxa acordada anualizada, que apenas cobre os pagamentos de juros, tem vindo a aumentar, atingindo em agosto 2,34%, nada menos de 56% acima dos 1,5% de média da zona euro.

O que faz com que o crédito seja mais caro em Portugal

Este cenário "deriva das condições a que os bancos nacionais acedem a crédito nos mercados internacionais e que, à semelhança do que acontece com o país nas emissões de dívida soberana, pagam taxas mais altas devido a uma maior perceção de risco”, explica Nuno Rico, economista da Deco – Associação para a Defesa do Consumido, citado pelo mesmo meio. 

As dificuldades financeiras que as instituições bancárias atravessaram durante a crise, e que afetaram a margem financeira, a par da escala do mercado português, que é menor dimensão, também contribuem para um crédito à habitação mais caro em Portugal, segundo o mesmo responsável.

Outro fenómeno que se tem registado, tal como escreve ainda o Dinheiro Vivo, é a maior procura por contratos a taxa mista, com uma TAEG mais alta. Este tipo de empréstimos representava 3,8% do saldo em dívida no final de 2017 e 5% um ano depois.

Com as taxas Euribor em terreno negativo, os bancos têm tentado vender empréstimos a taxa fixa ou mista.

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