
A subida da taxa de juro diretora está para breve. O Banco Central Europeu (BCE) confirmou esta segunda-feira, dia 23 de maio de 2022, que os juros vão começar a subir em julho e ainda que deverão abandonar o terreno negativo até ao final de setembro. Esta é uma medida para travar a inflação que se faz sentir nos bolsos das famílias, mas que, por si só, também vai impactar nos orçamentos familiares. “O aumento das taxas de juro é um elemento de risco ao poder de compra das famílias”, nomeadamente as que estão a pagar créditos habitação, apontou o ministro das Finanças, Fernando Medina.
O ministro das Finanças avisou na passada sexta-feira, dia 20 de maio de 2020, que a subida das taxas de juro pelo BCE pode ser um risco para as famílias que estão a pagar empréstimos da casa. A verdade é que só por via das flutuações da Euribor, estas famílias já vão ver as prestações da casa subir assim que forem atualizadas nos respetivos prazos (3, 6 ou 12 meses). E com a atualização da taxa de juro diretora pelo BCE em julho, os mercados monetários e financeiros irão mexer ainda mais.

Reduzir a dívida pública: a estratégia de Medina para proteger as famílias
Admitindo, desde logo, que “o ritmo e a forma [de subida dos juros pelo BCE] não está nas nossas mãos decidir”, Fernando Medina considera que a redução da dívida pública é importante para proteger as carteiras das famílias. Isto porque, na sua perspetiva, ter finanças públicas mais equilibradas é a melhor forma de “manutenção do poder de compra das famílias”.
“A medida que melhor protege empresas e famílias é certamente cuidar dos ganhos que conseguimos obter relativamente aos juros que a República é obrigada a suportar, porque a partir daí, em cadeia, o sistema financeiro, as empresas e as famílias estão sempre ligadas a esse indexante. Mesmo num ano em que as regras orçamentais estão suspensas, não vamos abrandar, mas acelerar" a redução da dívida pública, afirmou o ministro das Finanças numa conferência da Ordem dos Economistas, em Lisboa.
Trata-se mesmo de "um objetivo estratégico para o país, que é retirar Portugal da lista do ‘top’ dos países com maior dívida pública da Europa", sublinhou ainda Fernando Medina na ocasião, referindo ainda que o Executivo socialista irá fazê-lo por considerar que “é a melhor forma de defender a economia e assegurar margem para o futuro”.
Para este ano, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE2022), o défice orçamental deverá baixar para 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida pública para 120,7% do PIB.
*Com Lusa
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