Num ano, a habitação foi valorizada 4,4% pelos bancos em Portugal. Foram registadas mais 31% de avaliações, diz INE.
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Avaliação da casa a subir
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A banca avalia o metro quadrado (m2) das casas antes de conceder um crédito habitação. E, apesar deste valor ter descido entre outubro e novembro, rapidamente voltou a subir tendo alcançando um novo máximo histórico em janeiro de 2024. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta segunda-feira divulgados revelam que a avaliação bancária na habitação registou o valor mediano de 1.550 euros por metro quadrado (euros/m2) em janeiro, o maior valor da série disponível que remonta a 2011. Face ao mesmo mês do ano passado, o m2 das casas foi valorizado em 4,4% pela banca.

Um passo necessário para os bancos concederem um crédito habitação passa por realizar a avaliação bancária da casa. Até porque as instituições bancárias financiam até 90% do menor valor entre o preço da casa e o da avaliação (em caso de aquisição de habitação própria e permanente). Esta avaliação bancária na habitação tem assumido uma tendência crescente nos últimos anos apesar de ter registado ligeiras descidas em alguns meses, com em outubro e novembro de 2023.

É isso que mostram os dados do INE: no arranque de 2024, o m2 voltou a valer um mais para a banca, registando um novo recorde. “Em janeiro de 2024, o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.550 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo aumentado 14 euros (0,9%) face a dezembro de 2023”, lê-se no boletim publicado esta segunda-feira, dia 26 de fevereiro. Este valor constitui um novo recorde.

Foi a Região Autónoma da Madeira que apresentou o aumento mais expressivo da avaliação bancária das casas face ao mês anterior (4,0%), “tendo as restantes regiões registado variações positivas com exceção do Oeste e Vale do Tejo, que apresentou uma variação nula”, refere ainda o gabinete de estatística português.

Já em comparação com janeiro de 2023, o valor mediano das avaliações bancárias na habitação cresceu 4,4%, observando-se a variação mais intensa na Região Autónoma da Madeira (19,5%) e uma única descida no Algarve (-0,5%).

De referir que para apurar o valor mediano de avaliação bancária de janeiro de 2024, foram consideradas 28.897 avaliações (18.501 apartamentos e 10.396 moradias), mais 30,8% que no mesmo período de 2023. Em comparação com o período anterior, realizaram-se menos 580 avaliações bancárias, o que corresponde a um decréscimo de 2,0%.

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Apartamentos: valor do m2 cresce 3,2% num ano

No caso dos apartamentos, o valor mediano de avaliação bancária foi de 1.725 euros/m2 em janeiro de 2024, tendo aumentado 3,2% relativamente a janeiro de 2023. “A Região Autónoma da Madeira apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (18,9%) e o Algarve a descida mais intensa face ao mesmo período do ano anterior (-0,9%)”, destaca o INE.

Comparativamente com dezembro de 2023, o valor de avaliação dos apartamentos subiu 1,3%, registando a Região Autónoma dos Açores a maior subida (2,7%) e o Alentejo a maior descida (-2,0%).

Sem surpresa, os valores mais elevados da avaliação bancária dos apartamentos foram observados na Grande Lisboa (2.304 euros/m2) e no Algarve (2.071 euros/m2), tendo o Centro registado o valor mais baixo (1.132 euros/m2).

Foram os apartamentos T2 e T3 os mais avaliados em janeiro (representaram 79,8% do total), tendo registado os seguintes valores:

  • Apartamentos T2: o valor mediano da avaliação subiu 20 euros, para 1.770 euros/m2,
  • Apartamentos T3: valor aumentou 22 euros, para 1.526 euros/m2.
Avaliação da casa pelos bancos
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Moradias: avaliação sobe 6,1% face a janeiro de 2023

O valor mediano da avaliação bancária das moradias foi de 1.222 euros/m2 em janeiro de 2024, o que representa um acréscimo de 6,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O Alentejo apresentou o maior crescimento homólogo (15,6%), tendo-se registado a única redução na Grande Lisboa (-0,8%).

Face ao mês anterior, o m2 das moradias valorizou 1,0% para os bancos. O Alentejo apresentou o crescimento mais elevado (3,8%), ocorrendo a descida mais expressiva na Península de Setúbal (-0,4%).

Os valores mais elevados do m2 das moradias foram observados na Grande Lisboa (2.194 euros/m2) e no Algarve (2.139 euros/m2), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (952 euros/m2 e 1.028 euros/m2, respetivamente), refere o instituto.

No conjunto de moradias avaliadas em janeiro, as tipologias T2, T3 e T4 representaram 89,4% do total. E assim se fixaram os respetivos valores medianos das avaliações bancárias:

  • Moradias T2: m2 passou a valer mais 19 euros para 1.193 euros/m2;
  • Moradias T3: valor mediano subiu 8 euros para 1.212 euros/m2;
  • Moradias T4: valor aumentou 15 euros, para 1.253 euros/m2.
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