
Os bancos continuam a diversificar as suas ofertas de crédito habitação em Portugal. E não só a taxa mista. Com a descida da Euribor nos últimos meses, a estratégia das instituições bancárias está agora a voltar-se para os empréstimos a taxa variável. O Millennium bcp, por exemplo, lançou recentemente uma campanha de crédito habitação a taxa variável, na qual devolve o valor do spread durante os primeiros dois anos do contrato. Explicamos tudo na rubrica do crédito habitação do mês de maio.
Desde o início de 2024 que se tem vindo a assistir a uma queda gradual das taxas Euribor, de tal forma que os três prazos ficaram abaixo dos 2,5% em abril. Esta tendência tem vindo a influenciar as ofertas de crédito habitação da banca, que se voltou para a taxa mista (a qual fixa a prestação nos primeiros anos do contrato, seguida de um período a taxa variável). Mas não só.
Agora, também se começa a sentir uma diversificação das campanhas de empréstimos habitação novamente para a taxa variável, perante a elevada concorrência entre a banca. Note-se que, em março, o montante concedido em novos contratos de crédito habitação aumentou para 1.951 milhões de euros, um dos maiores valores de sempre, segundo revelou o Banco de Portugal (BdP). A isenção de IMT e a garantia pública para jovens ajuda a explicar estes números.

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Taxa variável com devolução do spread: como funciona?
O Millennium bcp foi um dos bancos que apresentou recentemente uma campanha de crédito habitação a taxa variável, na qual devolve os juros correspondentes ao spread durante os dois primeiros anos. Esta oferta é válida para empréstimos da casa aprovados até 30 de junho de 2025 e contratados até 31 de julho de 2025, com vendas associadas facultativas e com conta à ordem no BCP.
E se o mutuário tiver entre 18 e 35 anos, o BCP dá isenção de todas as comissões iniciais, no caso da compra de habitação própria permanente. Falamos da comissão de dossier, comissão de formalização e da comissão de avaliação, que perfazem um valor total de quase 750 euros.
Nesta oferta de crédito habitação a taxa variável do BCP, a Euribor soma-se a um spread de 0,75% (com bonificação máxima), sendo que nos dois primeiros anos a prestação da casa a pagar terá a dedução dos juros correspondente ao spread contratado. E a Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) começa nos 3,50% com vendas associadas facultativas.
Nesta oferta, o BCP dá várias soluções de vinculação, não se centrando apenas na domiciliação do ordenado ou na contratação dos seguros de vida e multirriscos através do banco, para a obtenção da máxima bonificação no spread do crédito habitação, tais como utilização de cartões ou domiciliação de pagamentos domésticos.
De notar ainda que esta oferta de empréstimo a taxa variável está disponível para a compra de habitação própria e permanente, e prevê um financiamento até 90% do valor da compra ou da avaliação da casa (o que conta é o menor dos dois). O prazo máximo para o pagamento do crédito é 40 anos ou os limites definidos pelo Banco de Portugal consoante a idade dos mutuários. A idade limite de pagamento são os 75 anos.

Taxas mistas continuam a dominar crédito habitação
Apesar de começarem a surgir ofertas atrativas de crédito habitação indexado à Euribor, a verdade é que as famílias continuam mais voltadas para a taxa mista, representando a maioria dos novos contratos, até porque acaba por dar tranquilidade financeira no início do empréstimo.
“Em março, 71% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista”, sendo que o peso dos contratos a taxa mista manteve-se estável relativamente a fevereiro”, explica o BdP. Já os créditos habitação a taxa variável continuam a pesar apenas 23% do total (e a taxa fixa 6%).
A verdade é que continua a ser mais barato contratar créditos da casa a taxa mista. “A taxa de juro média das novas operações a taxa mista foi de 2,93% em março, menos 0,02 pontos percentuais (p.p.) do que em fevereiro. A taxa de juro média das novas operações a taxa variável foi a que mais se reduziu (0,17 pp, para 3,32%), ficando abaixo da verificada nas operações a taxa fixa, que também decresceu (-0,07 pp, para 3,54%)”, detalhou ainda o regulador português.
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