Ter uma alimentação mais equilibrada é uma das maiores vantagens de optar por receitas caseiras. Poupar dinheiro é outra.
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Comida caseira
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Antes que comeces a dizer “não tenho tempo para cozinhar”, sugerimos uma pequena reflexão. Quantos minutos ficas a fazer um scroll desatento no Instagram? E quantos mais à procura de jantar numa aplicação de entrega de comida ao domicílio? Se canalizares tudo para junto do fogão, vais ver como ganhas tempo para cozinhar e, mais importante, saúde.

Alcançar uma alimentação equilibrada é uma das maiores vantagens de optar por receitas caseiras e só não fica em primeiro lugar porque compete com outro: poupar dinheiro.

Se estas duas principais razões para, finalmente, dares uso aos livros de cozinha não chegam, eis um total de cinco, bem como dicas e algumas receitas fáceis que incluem técnicas e ingredientes da cozinha tradicional portuguesa. Alguns legumes e ervas aromáticas até podes plantar em casa, na tua horta. Ensinamos como.

Preparar comida
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Razões para preferir a comida caseira

1. Saber o que estamos a comer

Já pensaste sobre a forma como realmente são feitas algumas sopas de restaurante? Umas levam farinha, outras caldos pré feitos, no fundo, nada do que colocarás numa sopa caseira. Além disso, em casa podes colocar também os talos dos vegetais que sobram ao confecionar as receitas fáceis que vamos mostrar e deste modo evitas também o desperdício alimentar.

Cozinhar em casa dá-nos ainda oportunidade de explorar a cozinha tradicional portuguesa e, quem sabe, de recriá-la de modo a trocar o “dia da pizza” pelo “dia sem carne” para apostar mais vezes numa alimentação de base vegetal.

Receitas de comida caseira
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2. Poupar 

Colocámos a razão mais atrativa em segundo lugar simplesmente porque a saúde deve sempre estar em primeiro. Mas sendo altura de falar de poupanças, vamos a um exemplo prático sobre como a cozinha caseira é um alívio para as contas: um simples pacote de arroz dá para, pelo menos, dez pessoas (sabemos bem que o arroz tem um espécie de poder mágico da multiplicação dentro da panela) e pode custar menos de 1€; se a isto adicionarmos um frasco de feijão branco (cerca de 0,65€, referência do Continente) e um saco de espinafres (0,99€, no Pingo Doce), o resultado são menos de 3€ para uma dezena de pessoas.

Já comendo fora, uma dose de um arroz de peixe nunca custa menos de 8€. É preciso dizer mais alguma coisa?

3. Cozinhar em quantidade e evitar refeições pouco nutritivas

A comida caseira sabe sem dúvida melhor no momento em que acaba de ser confecionada, mas, se bem acondicionada, o sabor pode permanecer exatamente igual após alguns dias no frigorífico ou semanas no congelador.

Este último equipamento é o melhor amigo na cozinha e exemplo disso é uma simples bolonhesa de carne, como sugere Joana Costa Roque, mestre da organização na cozinha e autora do livro “Cozinha organizada, jantar na mesa", com receitas caseiras e dicas de planeamento. Se tiveres a tal bolonhesa congelada, num dia mais atarefado basta descongelar, rechear uns canelones e voilà. Mais rápido do que encomendar um hambúrguer. 

Alimentação saudável
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4. Os únicos minutos só nossos para um podcast

Cozinhar é como o trânsito: é talvez a única oportunidade no dia em que consegues um momento só para ti. Convertê-lo num momento prazeroso é a missão que deves levar para que as receitas rápidas pareçam feitas como quem prepara uma torrada.

Se precisas de sugestões, o “Extremamente Desagradável”, rubrica de humor no programa “As Três da Manhã”, da rádio Renascença, tem cerca de 10 minutos perfeitos para acompanhar o momento em que organizas os ingredientes na bancada; o “Economicamente Falando” fala de como poupar mais fora da cozinha ou ganhar dinheiro; e o “A Sustainable Mind Podcast” vai deixar-te a refletir sobre o futuro do planeta (mas cuidado para não deixares a comida queimar).

5. Cozinhar em família

Uma coisa é certa: as crianças só aprendem a ver e a experimentar uma tarefa nova. Assim, em vez de "é hora de ir para a mesa” o apelo deve ser “é hora de vir ajudar a fazer o jantar”.

Podíamos antes dizer "brincar" porque para os mais pequenos acaba por ser isso de que se trata: uma brincadeira em família e que mais tarde ou mais cedo resulta nuns ovos mexidos feitos pelos mais pequenos. Provas de que acontece? Aqui está a filha mais velha da arquiteta e fundadora do projeto Homestories, Tânia Martins.

Cozinhar em família
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Dicas e receitas fáceis de comida caseira para o dia a dia

Depois de uma mão cheia de razões para preferir comida caseira, seguem-se dicas e receitas para que a motivação não caia por terra.

Uma das dicas é básica, mas cai muitas vezes no esquecimento: usar e abusar de especiarias. Isto porque mais especiarias significam menos sal e menos problemas de saúde associados ao seu consumo excessivo — responsável por 2,3 milhões de mortes por ano devido a doenças cardiovasculares, segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

Cozinhar em casa
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Outra dica fundamental — que vem logo a seguir a não partir o esparguete antes de cozer — é não deitar fora a água na qual se coze a massa e à qual foi atribuída um nome curioso: líquido de ouro, de acordo com o “The Huffington Post”. Eis a explicação: essa água, rica em amido libertado pela massa, quando adicionada posteriormente na confeção de um prato vai formar um molho cremoso como se quer, por exemplo, numa bolonhesa.

Terceira e última dica é olhar bem para o frigorífico. Antes de comprares novos ingredientes, dá asas à imaginação e usa os que já tens de modo a evitar o desperdício alimentar. No caso de um iogurte perto do fim da validade, nada como usá-lo numa sobremesa — que fica até mais nutritiva em vez de outra repleta de natas.

De volta à primeira dica, eis uma receita com pós mágicos, desde paprika fumada a louro.

Cabidela vegan

Cabidela vegan
Instagram de Janine Oliveira

Ingredientes (para quatro pessoas):

—  Cogumelos Pleurotus (250 gramas)

— 5 dentes de alho

— Paprika fumada (3 colheres de chá)

— Molho de soja (2 colheres de sopa)

— Vinho tinto vegan (100 ml)

— 1 folha de louro

— Sal e pimenta a gosto

— Azeite (8 colheres de sopa)

— 1 cebola média picada

— 3 tomates picados

— Caldo de legumes ou água (600 ml)

— Arroz carolino (180 gramas)

— Vinagre (2 colheres de sopa)

— Piri-piri a gosto

— Salsa picada a gosto

Modo de preparação:

Começa por cortar em tiras alguns cogumelos e deixa outros inteiros. Coloca numa taça e tempera com três dentes de alho picados, o pimentão-doce, o vinho tinto, o molho de soja, a folha de louro e a pimenta. Envolve muito bem e deixa marinar durante 30 minutos. Reserva.

Descasca e pica a cebola e os restantes alhos. Adiciona ao lume num tacho com azeite e deixa alourar. Introduz o tomate picado e deixa o tempo suficiente para criar molho, cerca de cinco minutos. Introduz os cogumelos e mexe bem até reduzirem, cerca de cinco minutos.

Junta a marinada dos cogumelos ao tacho, tapa e deixa cozinhar durante oito minutos aproximadamente, até os cogumelos ficarem macios. Adiciona o caldo de legumes ou água quente, tempera com sal e pimenta. Junta o arroz e deixa cozinhar tapado em lume médio. Vai retificando os temperos, se necessário adiciona mais sal e pimenta. Por fim, quando o arroz estiver cozido, junta o vinagre e o piri-piri, mexe bem, coloca salsa picada e serve.

Esta receita é do Instagram de Janine Oliveira.

Bolonhesa de Frango e Espinafres

Bolonhesa de frango
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS

Ingredientes (para quatro pessoas):

— 320 gramas espinafres congelados

— 80 gramas tomate pelado

— 350 gramas massa simples do tipo esparguete

— 350 gramas frango

— 600 ml caldo aromático

— 200 gramas cebola

— 200 gramas de cenoura

— 20 gramas de alho

— 1 colher de sopa de azeite (10 gramas)

— 1 unidade de folha de louro

— Noz moscada, tomilho, pimenta q.b.

Modo de preparação:

Começa por temperar o frango cortado em cubos com o sumo e raspa de limão, a pimenta, o tomilho, a noz moscada e deixa marinar. De seguida prepara o caldo aromático levando 600 ml de água ao lume com as cascas da cebola, cenoura e do alho. Deixa apurar, coa e reserva.

Numa panela coloca a cebola picada, o alho, a cenoura em cubos, o tomate, os espinafres, adiciona cerca de 300 ml de caldo aromático, juntamente com a noz moscada, tomilho e pimenta. Deixa cozer em lume brando.

Adiciona o frango cortado em cubos, o azeite e deixa estufar cerca de 30 minutos, até que todos os alimentos cozam e o molho fique apurado. Numa panela coze a massa do tipo esparguete com água e adiciona o restante caldo aromático.

Dica: nesta receita os espinafres podem ser substituídos por brócolos, entre outros hortícolas a gosto e da época. O caldo aromático de hortícolas permite não só o reaproveitamento das cascas e talos dos hortícolas como aromatizar este prato sem que seja necessário adicionar sal. A adição de ervas aromáticas como o louro, noz moscada, tomilho e pimenta, confere sabor à receita sem que seja necessário adicionar sal.

Esta receita é do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde.

Iogurte grego com figos caramelizados e amêndoa tostada

Iogurte grego com figos
Blogue “Cinco Quartos de Laranja”, de Isabel Zibaia Rafael

Ingredientes (para quatro pessoas):

— 4 figos (aproximadamente 300 gramas)

— 500 gramas de iogurte grego

— 2 colheres de sopa de licor Amaretto

— 2 colheres de sopa de mel

— 1 colher de sopa de vinagre balsâmico cremoso

— Amêndoa laminada tostada q.b.

Modo de preparação:

Leva uma frigideira ao lume com o mel e o vinagre balsâmico. Assim que estiver quente, junta os figos cortados em pedaços. Deixa caramelizar um pouco. Reserva.

Mistura o iogurte grego com o Amaretto. Distribui os figos por quatro taças. Adiciona a cada uma das taças o iogurte grego e polvilha com a amêndoa laminada tostada. Rega tudo com um pouco do molho dos figos e serve.

Esta receita é do blogue “Cinco Quartos de Laranja”, de Isabel Zibaia Rafael.

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