Terrenos foram nacionalizados no pós 25 de abril de 1974 e têm vindo a ser devolvidos aos herdeiros dos antigos proprietários.
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Herdade dos Machados
Casa Agricola Santos Jorge Casa Agricola Santos Jorge

Os antigos proprietários da Herdade dos Machados, no Alentejo, vão recuperar uma nova parte dos terrenos que lhes foram expropriados no pós 25 de abril de 1974. Depois de o Estado ter devolvido 77 hectares no ano passado, agora vai proceder à entrega de 25 hectares. Serão cinco os herdeiros a receber mais uma parcela de terreno desta propriedade, que pertencia a Ermelinda Neves Bernardino Santos Jorge, neta do fundador da herdade do século XIX, que é considerada um dos símbolos da reforma agrária em Portugal. 

“É aprovada a reversão” da “área total de 25,6244 ha, constituída pelos lotes 27-A e 64-F, que fazem parte integrante do prédio rústico denominado Herdade dos Machados, com a área de 6.101,0825 hectares, inscrito na matriz cadastral sob o artigo 1, da secção i a i-8, da freguesia de Santo Agostinho, atual União de Freguesias de Moura (Santo Agostinho e São João Baptista) e Santo Amador, concelho de Moura”, refere a portaria publicada em Diário da República, no passado dia 17 de março.

O Governo socialista de António Costa justifica esta nova devolução com o facto de os lotes em causa estarem devolutos. “No momento em que o pedido foi efetuado”, as parcelas de terreno não constituem “objeto de qualquer contrato de entrega para exploração celebrado entre o Estado e terceiro”. Assim, estão reunidos os requisitos legais para a reversão”, explica a mesma portaria, dando nota de que "é revogada a Portaria n.º 740/75, de 13 de dezembro, na parte em que expropria a referida área".

Herdade dos Machados tem uma área de cerca de 6.101 hectares e faz parte do leque de terrenos que foram expropriados após o 25 de abril de 1974, quando vários trabalhadores ocuparam as terras sob o lema “a terra a quem a trabalha”. Estes lotes tinham sido nacionalizados em dezembro de 1975 e voltam agora às mãos dos antigos proprietários, sendo que a reversão da expropriação está a ser feita de forma gradual. Já em 2015 tinha sido decidida a devolução de 26 hectares da propriedade e em 2012 cerca de 200 hectares.

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