
A aprovação do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) trouxe “um ataque direto ao imobiliário”, considera Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Mais longe nas criticas vai António Maria Pinto, da sociedade de advogados Telles de Abreu: “Portugal posiciona-se entre os países com maior tributação efetiva sobre a detenção de propriedade imobiliária”.
Os responsáveis, que falavam durante um evento que se realizou na sede da AICCOPN, no Porto, para analisar o impacto fiscal do OE2017, consideram que a situação é preocupante.
Para Reis Campos, o parque imobiliário em Portugal tem o valor fiscal de 519,6 mil milhões de euros, pelo que “é fundamental ver no imobiliário a oportunidade para alavancar os setores do turismo, comércio e serviços”, algo que não pode ser “ameaçado” por novos impostos.
Segundo o Público, que cita António Maria Pinto, tendo em conta o cenário de Portugal ser um dos países com maior tributação imobiliária, “a proteção de imóveis afetos a investimento ganha ainda maior relevância”. “O imobiliário aliado ao turismo (...) tem contribuído para reforçar o interesse dos investidores no nosso país (...), [mas a] insegurança ou instabilidade legal ou política facilmente fazem sentir a reversão desta dinâmica”, alertou.
De referir que o novo imposto sobre o imobiliário contemplado no OE2017, o Adicional ao IMI (AIMI), prevê um regime diferenciado consoante os sujeitos passivos sejam pessoas singulares e heranças indivisas, por um lado, ou pessoas coletivas, por outro.
No caso das pessoas singulares, há duas taxas: uma de 0,7% que incidirá sobre a soma dos Valores Patrimoniais Tributários (VPT) dos prédios urbanos habitacionais, ou terrenos para construção, de que o sujeito passivo seja titular, na parte em que esse património global exceda 600.000 euros e não ultrapasse um milhão de euros e outra de 1%, para VPT superiores a um milhão de euros.
Já as pessoas coletivas pagarão uma taxa única de 0,4% sobre a totalidade do VPT dos prédios urbanos habitacionais e terrenos para construção de que sejam proprietárias.
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