
Sabias que há uma forma simples de aumentar o reembolso do teu IRS? Ao preencheres a declaração de IRS de 2025, podes assinalar uma opção que faz toda a diferença.
Esta escolha, muitas vezes ignorada, pode traduzir-se num valor extra no teu reembolso e sem qualquer custo para ti. Se ainda não entregaste a tua declaração, aproveita esta dica antes de a submeteres.
O que significa optar pelo englobamento no IRS?

Se recebes rendimentos de várias fontes como pensões, rendas de imóveis ou juros de aplicações financeiras então tens uma decisão a tomar na tua declaração de IRS: escolher entre a tributação autónoma ou o englobamento.
Ao escolher o englobamento no IRS estás a somar todos esses rendimentos ao teu salário (ou outra fonte principal) e a ser tributado com base no escalão do IRS que te corresponde, que pode ir dos 14,5% até aos 48%. Esta escolha pode ou não compensar, por isso vale a pena fazer simulações antes de submeteres a tua declaração.
Que tipo de rendimentos posso englobar no IRS?
Se estás a pensar em optar pelo englobamento, é importante saberes que não tens de incluir todos os rendimentos, só os que fizerem mais sentido para ti. Podes escolher englobar apenas algumas categorias e deixar outras fora.
Aqui ficam alguns exemplos de rendimentos que podes englobar na tua declaração de IRS:
- Juros de depósitos a prazo;
- Rendas de imóveis;
- Ganhos com ações;
- Dividendos;
- Pensão de alimentos;
- Rendimentos obtidos no estrangeiro.
A melhor parte? Podes englobar só os rendimentos que quiseres e não precisas de englobar todos. Ou seja, a decisão é tua, e deves avaliar caso a caso o que compensa mais.
Em que situações compensa optar pelo englobamento no IRS?

A escolha pelo englobamento pode ser financeiramente vantajosa em alguns cenários específicos. Eis quando deves considerar essa opção:
- Se o teu rendimento coletável for inferior a 10.700€, é provável que a taxa progressiva de IRS (até 23%) seja mais baixa do que a tributação autónoma aplicada a certos rendimentos (normalmente de 28%);
- Se tiveres tido mais-valias e menos-valias em investimentos e o saldo for negativo, esse prejuízo pode ser reportado até cinco anos, ajudando-te a reduzir a fatura fiscal futura.
- Se em 2024 tiveste mais-valias, mas acumulaste prejuízos noutros anos, o englobamento pode permitir compensar esses valores, o que pode reduzir o imposto a pagar.
No fundo, tudo depende da tua situação financeira global. Simular as duas opções (englobamento vs. tributação autónoma), é a melhor forma de perceber o que te faz poupar mais no IRS.
Passo a passo para selecionar a opção de englobamento no IRS

Se decidires englobar determinados rendimentos como rendas de imóveis, juros ou dividendos, deves assinalar a opção no anexo correspondente da tua declaração de IRS. Por exemplo, no caso das rendas, essa escolha é feita diretamente no Quadro 6 do Anexo F.
Vejamos agora o exemplo prático do Ricardo e das rendas dos seus imóveis. Imaginemos que recebeu 16.800€ em rendimentos do trabalho por conta de outrem, e 13.000€ em rendas de imóveis. A decisão de englobar ou não os rendimentos prediais terá um impacto direto no valor final do imposto a pagar.
Com o englobamento todos os rendimentos (trabalho + rendas) seriam somados, aos quais seria aplicada a uma taxa de 37%, com uma parcela a abater de 2.714,93€. O imposto final sobe para 6.792,59€. No entanto, sem englobamento, os rendimentos do trabalho (16.800€) são tributados pelas taxas progressivas normais, resultando num imposto de aproximadamente 2.625,62€.
As rendas de imóveis (13.000€) são tributadas autonomamente a 28%, o que dá 3.640,00€. O total imposto a pagar seria apenas 6.265,62€. Neste exemplo, optar por não englobar os rendimentos é claramente mais vantajoso para o Ricardo, permitindo-lhe uma poupança fiscal de 526,97€.
Antes de submeteres a tua declaração de IRS de 2025, simula os dois cenários possíveis com e sem englobamento e escolhe aquele que mais te favorece. Um pequeno detalhe pode fazer uma grande diferença no teu reembolso (ou na tua fatura fiscal).
Outras formas de aumentar o reembolso do IRS
Para aumentares o valor do reembolso do IRS, deverás ter validado todas as faturas no Portal e-Fatura, incluindo as dos teus filhos, caso sejam teus dependentes. Ao confirmar que cada despesa está associada à categoria correta, permitirás aumentar o total das deduções. Não te esqueças, por isso, de pedir sempre fatura com NIF, mesmo em compras pequenas.
Outro ponto essencial é manteres-te atento ao calendário fiscal. Perder os prazos para validar faturas, reclamar despesas ou submeter a declaração pode significar uma redução no reembolso ou até multas. O reembolso do IRS dependerá de tudo isto.
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