A Câmara Municipal de Lisboa (CML) volta a debater quarta-feira (dia 16) a requalificação da Segunda Circular, projeto que surge com algumas alterações e “melhorias” após apreciação pública e cujo orçamento passou de 10 para 13 milhões de euros. Já o prazo da obra, que deve ter início em junho, passou de 10 para oito meses.
Segundo a proposta assinada pelo vereador das Obras Municipais, Manuel Salgado, entre as principais alterações está a “substituição das espécies arbóreas a plantar no separador central na proximidade do Aeroporto”, optando-se antes por freixos, espécie de porte médio que pode atingir os 25 metros. Estava previsto que grande parte das árvores fosse da espécie lódão, com folha caduca e copa redonda e que alcança os 30 metros, escreve a Lusa.
Em causa está também o alargamento do separador central (mas para a extensão mínima possível em cada zona), a aplicação de um “sistema de retenção de veículos”, a introdução de guardas de segurança para diminuir o “risco de 'galgamento'” e de “colisão com as árvores” e a criação de “zonas de transição com uma extensão desejável” nos acessos da A1 e IC19 à Segunda Circular.
Por outro lado, a autarquia quer “melhorar a velocidade comercial dos autocarros”, através de vias prioritárias nos ramos do Campo Grande e junto ao Estádio da Luz e do reforço da prioridade destes veículos, e ainda reforçar o número de "passadeiras pedonais desniveladas", explica Manuel Salgado no documento.
O projeto esteve em consulta pública entre 23 de dezembro e 29 de janeiro – tendo havido 400 pronúncias – e foi analisado em debates públicos, um dos quais promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa (AML), que também fez várias sugestões.
A AML chegou a propor a substituição das árvores previstas por arbustos, por esta ter sido uma das questões mais polémicas devido à segurança aeronáutica. Relativamente a essa área, “foi possível encontrar soluções técnicas que respondam de forma eficaz à preocupação expressa quanto aos riscos de 'bird strikes' [colisão entre pássaros e aeronaves] e ao plano de emergência do aeroporto”, adiantou Manuel Salgado.
A proposta que será apreciada na reunião privada de quarta-feira inclui também a “implementação das propostas apresentadas ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes e à Infraestruturas de Portugal para a reformulação dos nós da Buraca e de Sacavém”, de forma a “reduzir alguns dos principais constrangimentos atualmente existentes nos movimentos de saída da Segunda Circular e facilitar o encaminhamento do tráfego para a CRIL [Circular Regional Interior de Lisboa]”. “Na sequência deste processo participativo [...] e à luz dos contributos recolhidos, foi alterado o projeto, tendo sido introduzidas melhorias”, revelou Manuel Salgado.
Nesse sentido, a CML quer um concurso público com publicidade internacional de quase 13 milhões de euros (incluindo o IVA), investimento que, na proposta inicial, rondava os 10 milhões.
Também o prazo da obra, que deve ter início em junho, passou de 10 para oito meses.
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