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Reabilitação urbana: “Ainda há muito por fazer em Lisboa e imensas oportunidades" de negócio
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A reabilitação urbana tem estado na ordem do dia, nomeadamente em Lisboa e no Porto. Mas será que ainda há muitos imóveis para renovar na capital? “Ainda há muito por fazer”, diz ao idealista/news António Braz, managing director da Gesvalt, empresa espanhola de serviços de consultoria de investimento e avaliação de ativos que abriu escritório em Lisboa no final do ano passado.

Segundo o responsável, só na Avenida da Liberdade, ou seja, no eixo central da capital, há inúmeros ativos que podem ser intervencionados: “Agora imaginemos o resto, nas ruas ‘menos importantes’… A rua do Salitre, por exemplo, que é uma das mais procuradas para o setor residencial, aumentou exponencialmente o seu valor. O problema é a identificação das oportunidades, que são imensas face ao que é a expetável rentabilidade do produto. No tecido urbano de Lisboa existem imensas oportunidades”.

É nesse sentido que António Braz conclui que “ainda há muito por fazer em Lisboa”. “Alguns edifícios são muito interessantes, emblemáticos, mas por algum motivo nunca ninguém ‘pegou’ neles. Ou porque a parte debaixo não dá para fazer uma loja de luxo, ou porque está no lado oposto da rua e não está tão valorizado... Se existe avenida com características de valorização e status completamente fora do vulgar é a Avenida da Liberdade: tem de se conhecer bastante bem a zona, daí a importância do nosso trabalho”, explica o especialista. 

"Se existe avenida com características de valorização e status completamente fora do vulgar é a Avenida da Liberdade"

Estrangeiros dominam mercado

Há muito tempo que Lisboa está na moda para os investidores estrangeiros. Será que eles continuam a ser o grande “motor” do setor? Para o diretor da Gesvalt, “não existe capital em Portugal para investir nos ativos core em zonas prime”. “São montantes que uma ‘family office’ portuguesa não tem capacidade de compra, falo de um determinado tipo de ativos. Algumas estão é a vender ativos: compraram-nos há dois, três anos, ou menos, e agora estão a revendê-los”. 

Uma coisa é certa, garante António Braz, os investidores estrangeiros que apostam no produto nacional estão identificados. ”Os ‘players’ são mais ou menos os mesmos e mantém-se há anos. O que tenho visto nos últimos cinco foi a progressiva chegada de investidores. Alguns tiveram a capacidade de antecipar tudo isto, compraram ativos e hoje estão a vender com um lucro extraordinário”, conta, frisando que quem “entra agora já está a pagar o que o mercado está a ditar”.

Os segmentos em alta são…

E será que há novos segmentos a chamar a atenção dos investidores? O consultor/avaliador abre a porta a um negócio que considera ser “um tiro pela certa”, as residências para idosos, assistidas ou não. “É um cenário que está a ganhar força e um ativo que tem estado em alta nos últimos anos. Se estiver junto ao mar melhor, não precisa de estar no centro. As taxas de rentabilidade são muito boas. Existe procura, sobretudo para espaços de elevada qualidade, com ginásios, cafés etc. São pessoas que não vivem em Portugal, mas que querem envelhecer em Portugal”. 

"Lembro-me de vir à Baixa e não havia ninguém... A Lisboa de hoje faz-me sorrir, é muito mais interessante"

Também as residências de estudantes e os espaços de coworking e coliving estão a ganhar adeptos, podendo ter um grande “boom” este ano. Relativamente ao coliving, o responsável lembra que têm como destino um público muito especifico, “sem amarrações, sem família”. “São essencialmente empreendedores com imensas startups”, revela, acrescentando que Lisboa está na moda também no que diz respeito ao universo do empreendedorismo.

Para António Braz, Lisboa sofreu (e continua a sofrer) uma transformação qualitativa “muito interessante”. “Lembro-me de vir à Baixa e não havia ninguém… A Lisboa de hoje faz-me sorrir, é muito mais interessante e faz-me ser uma pessoa mais interessante”, admite.

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