“À travagem das transações na habitação, dever-se-á seguir a tão esperada normalização dos preços”, diz Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield.
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“A viragem de página desta crise poderá ser mais rápida do que a que se iniciou em 2008”
Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield, parte da Gloval idealista/news

A pandemia do novo coronavírus está – e vai continuar – a deixar marcas na economia portuguesa e mundial, com consequência direta também no setor imobiliário. Mas os efeitos desta crise não serão tão impactantes como outras, considera Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield, parte da Gloval: “De forma geral, acredito que a viragem de página desta crise poderá ser mais rápida do que a que se iniciou em 2008”. 

“Tendo em conta que todas as pandemias anteriores (1918;1958;1968;2002) tiveram associadas, do ponto de vista do ciclo económico, uma curva em V, temos razões para acreditar que o mesmo acontecerá com este inédito Covid-19. Acresce que, desta vez, Portugal não reagirá com o hiato de tempo que caracteriza a nossa recuperação face aos nossos congéneres europeus, visto que também todos eles estão na mesma situação que nós”, diz o responsável, em comunicado.

Segundo Nelson Rêgo, “à travagem imediata das transações na habitação, dever-se-á seguir, aquando da retoma de atividade, a tão esperada normalização dos preços, que estavam bastante aquecidos”. “Esta travagem da procura acaba por ser ‘artificial’ e temporária, pelo que os compradores voltarão ao mercado, mas de forma mais cautelosa mesmo num cenário de oferta limitada, o que impactará no ritmo de subida dos preços”, antevê.

No que diz respeito ao mercado de escritórios, a “paragem da atividade económica e a vaga de teletrabalho” colocam o sector, “a par com o retalho, em que os centros comerciais se vêm obrigados a fechar, debaixo de uma pressão forte de redução de rendas”. 

Também a venda de crédito malparado – negócios de Non-Performing Loans (NPL) –, que em Portugal atingiu, em 2019, um valor recorde, 8.000 milhões de euros, deverá sentir os efeitos da Covid-19, com o “adiamento da transação das grandes carteiras”. Isto porque “o cumprimento dos rácios por parte dos bancos será relegado para segundo plano”, conclui Nelson Rêgo.

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