Por cada euro investido na compra de uma casa por um novo residente o reflexo na economia cinco anos depois rondará sete milhões de euros.
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Compra de casas por estrangeiros: reflexo na economia a 5 anos multiplica por 7 o valor inicial
Imagem de faride_tehrani por Pixabay

Que impacto tem e terá no futuro o investimento feito por estrangeiros ou portugueses regressados em imobiliário na economia? Um estudo da Associação Portuguesa de Resorts (APR) conclui, por exemplo, que por cada euro investido na compra de uma habitação por um novo residente estrangeiro o reflexo na economia nacional cinco anos depois rondará sete milhões de euros.

“O reflexo da compra de uma habitação em cinco anos é cerca de sete vezes superior ao investimento inicial em Portugal de cada novo residente, seja ele estrangeiro ou português regressado”, afirma Pedro Fontainhas, diretor executivo da APR. 

Compra de casas por estrangeiros: reflexo na economia a 5 anos multiplica por 7 o valor inicial
Associação Portuguesa de Resorts

Deste modo, o investimento de 3,4 mil milhões de euros efetuado por novos residentes em 2019, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), produzirá um impacto local de quase 21 mil milhões de euros até ao final de 2023, refere a associação, em comunicado. 

“Este número sublinha a extraordinária importância de desenvolvermos, o Estado e as empresas, a competitividade de Portugal na captação de investimento privado estrangeiro em imobiliário residencial. No atual ambiente concorrencial, embravecido pela necessidade de recuperação pós-pandémica das economias, não bastam os nossos atributos geográficos, climáticos, sociais e de qualidade da oferta. Devemos também inverter a nossa cada vez menor atratividade fiscal, legal e burocrática, e tornar Portugal apetecível aos que nos procuram para viver, trabalhar, criar família e se reformarem”, acrescenta Pedro Fontainhas.

O estudo em casa, refere a APR, baseia-se em dados do INE, do Eurostat e da OCDE e integra os impactos diretos, indiretos e induzidos na economia pela compra de um imóvel. Dados esses que são relativos a 2019, ano em que existe uma base comparável para todas as fontes. 

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Associação Portuguesa de Resorts

Quase 20 mil imóveis comprados em 2019 por não residentes

A APR indica, apoiando-se em dados do INE, que foram adquiridos 19.520 imóveis em 2019 por não residentes, o equivalente a 8,5% das novas transações. Em termos de valor, os não residentes representam 3.344 milhões de euros, ou seja, 13,3% do valor total nacional transacionado. Em causa está um valor médio por transação de 176.429 euros. 

Por região, o Algarve continua a representar a maior fatia, com 38% em termos de valor e 27% em termos de quantidade. Segue-se Lisboa, com 36% de valor e 21% em quantidade. De referir, no entanto, que na categoria quantidade a região Centro ocupa o segundo lugar do ranking, com 23%. 

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Associação Portuguesa de Resorts

“Em termos de receita, os principais compradores são a França, o Reino Unido, o Brasil, a Alemanha, a China, a Espanha e os Países Baixos. Já em valor médio os três primeiros lugares são ocupados por China, Brasil e Reino Unido”, lê-se na nota enviada pela APR. 

O estudo realizado pela associação conclui ainda que, relativamente à estimativa da despesa anual das famílias estrangeiras em Portugal, os franceses são os que gastam mais. Ingleses e alemães completam, por esta ordem, o segundo e terceiro lugares do pódio.

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Impacto das aquisições e principais compradores

Impacto das aquisições por novos residentes

  • O cálculo do impacto das aquisições por novos residentes não inclui os impostos sobre a construção dos imóveis vendidos, nem inclui o número de empregos gerados na própria construção e nas restantes áreas do ciclo de vida dos imóveis e dos produtos e serviços adquiridos pelos novos residentes em Portugal.

Principais compradores – todos os imóveis

  • As casas adquiridas por chineses têm o preço médio mais elevado, 373.071 euros, mas só foram transacionadas 443 unidades. Ficam, assim, em 5º lugar em termos de receita total. 
  • Os franceses, por outro lado, são quem compra mais casas e quem gera mais receita total (623.558 euros), ainda que ao preço médio mais baixo: 115.367 euros por unidade. Os britânicos surgem em segundo lugar com uma geração de receita total de 595.463 euros.

Principais compradores – imóveis ‘premium’

  • Considerando apenas os imóveis transacionados a valores superiores a 500.000 euros, os britânicos são os principais clientes de Portugal, gerando uma receita total de 300 milhões de euros com 252 unidades.
  • Só 7% dos imóveis ‘premium’ transacionados geraram 39% da receita total, ou seja, é nos segmentos mais altos que se deve centrar a estratégia de captação de novos residentes, pelo efeito multiplicador que têm na economia, refere a APR.
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