
Dinâmico. É assim que se pode definir o mercado das residências de estudantes em Portugal. Há muita procura e ainda pouca oferta, um cenário que pode vir a mudar nos próximos tempos, havendo projetos em pipeline.
Lisboa e Porto lideram as preferências dos investidores, mas há novos destinos na calha, como por exemplo:
- Coimbra
- Braga
- Aveiro
- Évora
- Covilhã
Estas são algumas das conclusões a retirar do mais recente estudo da consultora Savills, que considera que este é um segmento que ainda tem muito espaço para crescer.
Segundo o estudo Portugal Student Housing, no ano letivo 2020/2021, registou-se em Portugal um total de 412 mil estudantes matriculados em instituições de ensino superior, dos quais 14% eram estudantes oriundos de outros países.
“Existe uma procura crescente por residências de estudantes. No entanto, a oferta é muitas vezes datada e totalmente desadequada às necessidades dos estudantes. Mesmo com a rápida expansão de novos projetos em Lisboa e no Porto, uma parte significativa do mercado é coberta por oferta informal fornecida pelo mercado de arrendamento tradicional”, refere a consultora, adiantando que a oferta em Lisboa situa-se nos 4% e no Porto nos 7,5%. “As duas cidades contam com um total combinado de 126 residências de estudantes, o que representa cerca de 10 mil camas, de operadores privados e públicos”, aponta o estudo.

Oferta vai disparar até 2024
De acordo com as estimativas da consultora, até 2024, a oferta de residências de estudantes em Lisboa e no Porto será reforçada com mais 8 mil camas, na sequência do desenvolvimento de quatro novos projetos privados.
Até 2024, a oferta de residências de estudantes em Lisboa e no Porto será reforçada com mais 8 mil camas, na sequência do desenvolvimento de quatro novos projetos privados
Quanto aos preços dos quartos, variam entre 400 e 1.110 euros por mês num alojamento na capital e entre 380 e 1.000 euros na cidade Invicta. Destaque ainda para o facto da sustentabilidade, cada vez mais na ordem do dia, estar “a reconfigurar os parâmetros de procura por residências para estudantes”, nota a Savills.
A prova de que este é um segmento que está a crescer em Portugal é o facto, por exemplo, dos investidores continuarem atentos a este mercado, sendo visível o “aumento de projetos em pipeline, o que evidencia o dinamismo deste setor, que começa a expandir-se para outras cidades académicas, como Coimbra, Braga, Aveiro, Évora e Covilhã”. “A entrada no mercado de mais operadores e a multiplicação de projetos farão crescer este segmento em Portugal”, prevê a consultora.
Residências de estudantes com futuro promissor em Portugal
A Saviils considera que, apesar de ainda se viver num “clima pandémico, é possível prever que o volume de investimento no mercado de residências de estudantes em Portugal continue a crescer, considerando os mais de 200 milhões de euros que estão atualmente em pipeline, de transações que podem se fechadas durante este ano”.
"Vemos um grande interesse por parte de investidores europeus para entrar no mercado português, devido aos robustos ‘fundamentals’ de procura e taxas de cobertura relativamente baixas, comparativamente a outras cidades europeias"
Horacio Blum, Operational Capital Markets Associate Director da Savills Portugal
Para Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, não há dúvidas: “O mercado de residências de estudantes em Portugal ainda é emergente quando equiparado com as principais capitais europeias.
Não obstante às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto que já manifestam alguma maturidade, o potencial de expansão ainda está inerente com o aumento gradual de estudantes que se verifica ao longo dos anos. Além do aumento de estudantes, um outro fator que tem ditado uma mudança de paradigma no mercado de alojamento estudantil é o aumento da qualidade da oferta”.
Também Horacio Blum, Operational Capital Markets Associate Director da Savills Portugal, considera que Portugal continua a estar na mira dos investidores neste segmento do mercado. “Vemos um grande interesse por parte de investidores europeus para entrar no mercado português, devido aos robustos ‘fundamentals’ de procura e taxas de cobertura relativamente baixas, comparativamente a outras cidades europeias”, comenta.
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