Procura por soluções residenciais para o segmento estudantil vai aumentar na Europa e Lisboa é tida como uma das localizações mais atrativas.
Comentários: 0
Residências de estudantes em alta
Foto de George Pak no Pexels

A procura por soluções residenciais orientadas para o segmento estudantil deverá aumentar significativamente na Europa nos próximos cinco anos. Um crescimento que também se fará sentir em Portugal, nomeadamente em Lisboa e Porto. “Portugal apresenta-se como um dos mercados com maior potencial de desenvolvimento de projetos Purpose-Built Student Accomodation (PBSA)", refere Alexandra Gomes, Head of Research da Savills Portugal.

Esta é uma das conclusões a retirar da análise “European Student Housing: Forever Young”, da consultora Savills, que considera que o crescimento do segmento de soluções residenciais dedicadas ao setor estudantil, o já referido PBSA, está a ser impulsionada pelo crescimento da população estudantil no continente europeu.

Segundo a consultora, entre os anos letivos 2019/2020 e 2020/2021, a população estudantil registou um crescimento médio anual de 2,4% em Portugal, Suécia, Dinamarca, Itália, Países Baixos, França, Alemanha, Espanha, Polónia, República Checa e Reino Unido. Uma subida superior à verificada entre os anos letivos 2018/2019 e 2019/2020, que tinha sido de 1,2%.

O estudo conclui ainda que “Lisboa, Roma, Milão e Valência são algumas das cidades europeias que disponibilizam uma oferta reduzida de soluções residenciais para estudantes”, sendo de “esperar um aumento significativo dos valores das rendas dos segmentos residenciais locais”.

Procura por residências de estudantes em alta
Savills

Como será em Lisboa e Porto?

No caso de Lisboa, as previsões apontam para um aumento de cerca de 1% da população total de indivíduos entre os 20 e 29 anos nos próximos cinco anos, face ao decréscimo de mais de 1% observado entre 2010 e 2020. Já no Porto é esperada uma diminuição de cerca de 0,5%. “A cidade de Lisboa deverá figurar como uma das localizações mais atrativas para o desenvolvimento de projetos no setor PBSA”, lê-se no comunicado enviado pela Savills às redações. 

A cidade de Lisboa deverá figurar como uma das localizações mais atrativas para o desenvolvimento de projetos no setor PBSA

Citada no documento, Alexandra Gomes, refere que “no ano académico de 2020-2021, Portugal registou um total de 411.995 alunos, dos quais 14% são alunos internacionais”. “Com uma taxa de crescimento média de 10% nos últimos de cinco anos e uma oferta ainda escassa, Portugal apresenta-se como um dos mercados com maior potencial de desenvolvimento de projetos PBSA. Com uma estimativa de 150.600 estudantes deslocados nas principais cidades universitárias (Lisboa, Porto e Coimbra) e, aproximadamente, 5.400 camas em alojamento universitário, a oferta existente só pode satisfazer 3,5% da procura”, acrescenta.

Projetos em pipeline são insuficientes

A Savills estima que os projetos existentes em pipeline nas várias cidades europeias serão insuficientes para dar resposta à procura. “Prevemos, na verdade, que o desequilíbrio entre procura e oferta se venha a exacerbar ao longo dos próximos 12 meses”, comenta Lydia Brissy, Director of European Research da Savills.

De acordo com a consultora, entre janeiro e setembro de 2021, foi registado um volume total de investimento em PBSA de 5,8 mil milhões de euros, um valor que deverá aumentar nos próximos 12 meses. 

Soluções residenciais para o segmento estudantil atraem investidores
Foto de Andy Barbour no Pexels

Mercado transacional em PSBA em Portugal é “incipiente”

Para Horacio Blum, Operational Capital Markets Associate Director da Savills Portugal, “o mercado transacional em PBSA em Portugal é ainda bastante incipiente, baseado na sua maioria em operações de land development pelos operadores internacionais, e ultimamente de forward-funding e forward-purchase”. 

“Com o aumento de projetos em pipeline, especialmente concentrados nas cidades de Lisboa e Porto, mas que se estendem agora também a novos mercados universitários como Coimbra, Braga, Aveiro, Évora e Covilhã (…), esperamos assistir a uma maior dinâmica e afirmação deste segmento alternativo no mercado investimento comercial português”, acrescenta o mesmo responsável.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta