Subida dos juros irá impactar valor de venda dos imóveis, diz Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE Portugal.
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imobiliário em 2023
Foto de Danist Soh no Unsplash

O ano de 2023 será de maior instabilidade para o mercado imobiliário, principalmente devido à subida das taxas de juro que impactará o valor de venda dos imóveis. Esta é a visão de Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE Portugal. Para o responsável, e em virtude dos juros mais altos, “o financiamento fica mais caro e os preços tenderão a ajustar em baixa”. Esta situação, diz, “poderá impatar também alguns promotores imobiliários com excesso de dívida em terrenos, podendo vir a acelerar a venda dos mesmos”.

Nos imóveis de rendimento, de acordo com o responsável da consultora, as ‘yields’ já estão a ser corrigidas em alta e é possível que ainda sofram um ligeiro aumento adicional se a tendência de subida dos juros se mantiver. “Por outro lado, é possível que haja uma subida das rendas prime de escritórios e logística, devido à escassez de produto e também tendo em conta a localização e diferenciação de alguns projetos”, referea Horta e Costa

Imobiliário comercial: investimento excedeu os 3 mil milhões em 2022

Apesar de ser difícil fazer previsões para 2023, e de acordo com o balanço divulgado pela CBRE,  o investimento em imobiliário de rendimento recuperou o dinamismo verificado antes da pandemia. Segundo a CBRE, o investimento “foi muito elevado no segundo semestre e em particular no final do ano, devido à transação de um portefólio predominantemente composto por hotéis”. Será o terceiro melhor ano de sempre em termos de volume de investimento em imobiliário comercial em Portugal, o qual irá registar um valor acima dos 3 mil milhões de euros, um patamar verificado antes da pandemia.

O setor logístico destacou-se em 2022, com aproximadamente 700 milhões de euros alocados a esta classe de ativos de rendimento, duplicando o valor do anterior máximo registado em 2017. Também o setor de hotéis, com o negócio do portefólio atrás referido, ultrapassou o anterior recorde verificado em 2019, ao atingir aproximadamente mil milhões de euros de investimento e representando assim aproximadamente um terço do volume total transacionado no país.

“Verificámos um elevado interesse nas operações que lançámos em 2022 e sentimos que os fundamentos do nosso mercado permanecem sólidos. A atividade imobiliária manteve-se muito dinâmica e registaram-se alguns dos negócios mais significativos alguma vez concretizados em Portugal, nomeadamente a primeira transação de uma plataforma de co-living e student housing com a venda da Smart Studios à Round Hill Capital e a maior transação de imobiliário agrícola de sempre no país”, comenta diretor geral da consultora.

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