
O investimento em imobiliário comercial está em queda em Portugal, tendo sido transacionados 321 milhões de euros no terceiro trimestre de 2023, contribuindo para o valor anual até setembro de 1.053 milhões de euros. Trata-se de um decréscimo homólogo de 40%. Esta é uma das conclusões a retirar do mais recente relatório Marketbeat Snapshot, da Cushman & Wakefield (C&W), que resume a atividade imobiliária comercial em Portugal durante o terceiro trimestre do ano.
Segundo a consultora, entre julho e setembro, as principais transações registadas foram as seguintes:
- Aquisição do centro comercial La Vie Funchal pela Square Asset Management à ECS Capital e Oitante por 60 milhões de euros;
- Compra pela Arrow dos hotéis Hilton Vilamoura e Vilamoura Garden à DK Partners por 45 e 51 milhões de euros, respetivamente
“Estes negócios contribuíram para a consolidação da prevalência dos setores de hotelaria e retalho, que respetivamente contribuíram para 46% e 39% do volume total do trimestre, e cerca de 40% cada entre janeiro e setembro”, refere em comunicado a C&W.
Relativamente às yields prime, após aumentos consecutivos nos trimestres anteriores mantiveram-se estáveis em todos os setores no terceiro trimestre. “No entanto, apesar de os valores atuais corresponderem a 4,75% para escritórios e comércio de rua, 5,50% para logística, 6,25% para centros comerciais e 6,75% para retail parks, é expetável nova correção em alta no final do ano”, refere.

Ocupação de escritórios a recuar
Por segmentos, a C&W adianta que o mercado de escritórios da Grande Lisboa registou 41 novos negócios de ocupação no terceiro trimestre, num volume total de absorção de 34.220 metros quadrados (m2). Com um total de 113 transações registadas nos primeiros nove meses do ano, a absorção atingiu 73.130 m2, sendo este o segundo volume mais baixo da última década, representando uma quebra homóloga expressiva de 71%.
No caso do Grande Porto, o segmento registou uma absorção de 15.430 m2 no terceiro trimestre do ano, com 16 novos negócios. O volume de absorção, até setembro, atingiu 40.615 m2, o que representa uma quebra homóloga de 10%.
Novos projetos de retalho na calha
Já o segmento do retalho não registou conclusões de novos projetos no terceiro trimestre, mas a C&W espera que nos próximos três anos sejam concluídos um total de 93.500 m2 de ABL. “Uma parcela significativa de 70% desta área será ocupada por retail parks, como o Nova Vila Retail Park e o Salinas Park, enquanto a área restante área será alocada a centros comerciais, nomeadamente o City Covilhã e a remodelação e expansão do Centro Colombo”, adianta.
A procura pode espaços de retalho mantém-se ativa, tendo havido 122 novas aberturas no período em causa, “contribuindo para um valor acumulado a setembro de 390 novas aberturas, uma quebra homóloga marginal de 2%”. “O comércio de rua continuou a dominar, nomeadamente 57% do total de novas aberturas no trimestre e 64% das mesmas de janeiro a setembro”, acrescenta a consultora.
Industrial & Logística em crescimento
Relativamente ao segmento Industrial & Logística, foram registados entre julho de setembro 12 novos negócios de ocupação, com um total de 50.190 m2. “O volume de absorção até setembro atingiu 357.950 m2, refletindo um crescimento homólogo de 9%. No período acumulado, a área média transacionada aumentou 18%, para os 7.620 m2, com a atividade a concentrar-se sobretudo nas regiões de Grande Lisboa (47%) e Grande Porto (31%)”, conclui a C&W, salientando que o maior negócio do trimestre correspondeu ao pré-arrendamento pela Zolve de 15.000 m2 no VGP Park Montijo, que esta a ser construído.
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