Mesmo com 3.700 camas já projetadas e previstas em Lisboa e Porto, oferta é "manifestamente escassa face à procura", diz CBRE.
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residências de estudantes
Foto de Buro Millennial no Pexels

O setor de residência de estudantes em Portugal faz sucesso e tem vindo a registar ao longo de 2023 um enorme dinamismo, segundo revela a CBRE. De acordo com a consultora, estão em pipeline para construção cerca de 1.900 camas no Porto e 1.800 em Lisboa, mas a oferta continua "manifestamente escassa face à procura”.

Este ano, a CBRE concretizou já duas operações de “enorme relevância”. Assessorou a venda de uma residência de estudantes com 333 camas, a construir na zona das Olaias em Lisboa, comprada pela M&G Real Estate e a gestão da mesma pela Milestone (gestora com residências em operação em Carcavelos e no Porto); e a Xior no processo de venda à Ageas de uma outra residência de estudantes com mais de 200 camas na cidade do Porto.

“Neste momento estão ainda em curso outras duas operações, com possível conclusão até ao final do ano e a CBRE Portugal está a preparar o processo de venda de duas unidades na zona de Lisboa”, indica a consultora, em comunicado.

“O mercado das residências de estudantes regista enorme dinamismo e vemos diferentes entidades envolvidas nestas operações, desde investidores institucionais a clientes privados. Entre 2022 e 2023 transacionámos mais de 2.500 camas e contamos transacionar mais 1.000 nos próximos seis meses. São transações importantes quer para os estudantes, que terão mais oferta, quer para o mercado imobiliário, pela confiança que os investidores demonstram no nosso país”, afirma de Igor Borrego, Senior Diretor de Investment Banking da CBRE Portugal.

A CBRE diz não prever um abrandamento neste setor, uma vez que estão em pipeline para construção cerca de 1.900 camas no Porto e 1.800 em Lisboa. “Outras cidades como Coimbra, Braga, Covilhã e Aveiro, têm vindo também a emergir como destinos atrativos para o investimento neste setor, que estimamos que represente cerca de 100 milhões de investimento em 2023”, refere.

“Mesmo com as 3.700 camas já projetadas e previstas em Lisboa e Porto, a oferta é manifestamente escassa face à procura. O rácio de camas por estudante (Provision Rate) em Portugal ronda os 3%, sendo que em Londres atingiu já os 30% e em Amesterdão este indicador está nos 28%. Paris ultrapassa os 10% e em Madrid a situa-se nos 7%. Precisamos claramente de mais camas, até porque das 15.000 camas anunciadas no âmbito do PRR, cerca de 40% serão reabilitações de camas já existentes e não nova oferta”, acrescenta Igor Borrego.

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