O maior crescimento está previsto para a região da EMEA, mas são as Américas que se mantêm na liderança.
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Investidores imobiliários
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Cátia Colaço
Cátia Colaço (Colaborador do idealista news)

A estabilização das avaliações e o reforço da procura nos segmentos prime de escritórios, residencial e logística deverão contribuir para um aumento de 15% no investimento imobiliário global em 2026, ultrapassando a marca de um bilião de dólares, que corresponde a 850.000 milhões de euros.

De acordo com o novo ‘outlook’ da Savills World Research, publicado na revista Impacts, este valor será atingido pela primeira vez desde 2022. Em termos regionais, a EMEA será a região com um maior crescimento previsto (22%), chegando aos 300.000 milhões de dólares (perto de 256.000 milhões de euros) em volume de investimento. Mas são as Américas que se mantêm na liderança, com 570.000 milhões de dólares (perto de 486.000 milhões de euros) previstos, dos quais 530.000 milhões de dólares (451.000 milhões de euros) nos EUA.

Gráfico da Savills
Savills World Research

Escritórios captam um quarto do volume de investimentos

O setor de escritórios continuará com bastante peso em 2026. Segundo a Savills, este segmento deverá concentrar cerca de um quarto do volume global de investimentos, com os escritórios prime no topo das preferências. Está prevista uma recuperação do mercado e um ambiente mais favorável aos investidores, graças ao regresso do capital institucional, à estabilidade da procura e à retoma da atividade.

Em comunicado, Rasheed Hassan, Head of Global Cross Border Investment da Savills, revela que 2025 foi um ponto de viragem, registando-se uma subida de 10% no investimento durante os três primeiros três trimestres do ano. “Os valores de capital estabilizaram em baixa, o volume médio das operações aumenta e a dívida volta a acrescentar valor aos retornos. Estas tendências devem ganhar força em 2026”, esclarece o responsável.

Quanto ao mercado ocupacional, 89% dos ‘researchers’ da Savills a nível global preveem que as rendas de escritórios prime devem aumentar no próximo ano, dada a crescente valorização, por parte das empresas, de espaços de qualidade superior.

Residencial e I&L: aposta dos investidores mantém-se forte

Para 2026 prevê-se que os investidores continuem a apostar fortemente nos setores residencial e industrial & logística (I&L), com a procura a manter-se sólida. O retalho também continuará a oferecer oportunidades, com dois terços dos especialistas da Savills a antecipar um crescimento das rendas, enquanto outros 26% acreditam que elas se manterão estáveis, ainda que o cenário neste setor varie entre subsetores e regiões.

“O mercado português não é exceção a esta tendência. Pelo contrário, o maior destaque da economia nacional tem vindo a reforçar o interesse dos investidores em aumentar a sua exposição. À semelhança do que se verifica noutras regiões, o quarto trimestre de 2025 já reflete esta dinâmica, e o início de 2026 deverá trazer volumes de investimento elevados em praticamente todos os setores”, explica Pedro Figueiras, Head of Capital Markets da Savills.

"O maior destaque da economia nacional tem vindo a reforçar o interesse dos investidores em aumentar a sua exposição"
Pedro Figueiras, Head of Capital Markets da Savills

Tecnologia: um dos fatores mais relevantes em 2026

A tecnologia será um dos principais temas que vai moldar o mercado imobiliário no próximo ano a nível global, surgindo como segundo fator mais relevante, logo depois do enquadramento económico e fiscal.

A Inteligência Artificial (IA) terá também um papel fundamental no trabalho. Esta tecnologia terá impacto na forma como as empresas utilizam os escritórios e definem estratégias de ocupação, assim como na criação de novas oportunidades em centros de dados e PropTech.

Para Paul Tostevin, Head of Savills World Research, “a transformação tecnológica, impulsionada pela maior adoção da IA, assume um papel central na evolução do mercado, mas investidores e ocupantes não podem ignorar o peso das mudanças demográficas e comportamentais”. O responsável sublinha que “o imobiliário existe, em última análise, para servir as pessoas – onde vivem, trabalham, fazem compras e usufruem do seu tempo livre”, acrescentando que “à medida que estes comportamentos mudam e que os perfis demográficos evoluem, a capacidade operacional passa a ser um fator decisivo de diferenciação”.

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