A percentagem de empresas que prevê contratar mais colaboradores aumentou de 41% em 2017, para 53% em 2018. A previsão para 2019 aponta para um ligeiro decréscimo, mas é, ainda assim, animadora, com 48% de empresas a demonstrarem intenção de recrutar mais pessoas, de acordo com o mais recente estudo realizado pela Mercer/Jason Associates.
O Total Compensation Portugal 2018, apresentado esta terça-feira, – analisou 148.332 postos de trabalho em 397 empresas no mercado português – , revela que, apesar de um ligeiro decréscimo na percentagem de empresas que pretendem aumentar o seu efetivo, a criação líquida de emprego continuará a ser elevada.
O estudo adianta que o comportamento da economia também está contribuir para as melhorias verificadas na intenção de contratação de colaboradores por parte das organizações, “o que tende a refletir-se na descida da taxa de desemprego de 9%, em 2017, para 7,7% em 2018, com uma previsão de 6,8% para o próximo ano”, refere Tiago Borges, Responsável da área de Rewards da Mercer/Jason Associates.
Há menos empresas a ponderar congelar salários
Face a 2018, refere o estudo, “diminui o número de empresas que tem intenção de congelar salários em 2019 para todos os grupos funcionais”. Em 2018, os incrementos salariais rondaram os 2%, e para 2019 as empresas inquiridas preveem aumentos ligeiramente superiores, entre os 2% e os 3%.
Segundo o Total Compensation 2018, as revisões salariais são realizadas tipicamente uma vez por ano (85%), maioritariamente em março (35%) e abril (22%).
“No período das revisões salariais, a percentagem de incremento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de fatores que influenciam diretamente o valor disponibilizado para esse fim”, lê-se no documento.
Aumentos salariais dependem pouco da antiguidade
E que fatores influenciam os aumentos salariais? Essencialmente os resultados individuais do colaborador (86%), bem como o posicionamento na grelha salarial (68%). Outros fatores que influenciam os aumentos salariais referem-se a “diretrizes da casa-mãe, equidade interna, orçamento aprovado e Acordos Coletivos de Trabalho”.
De referir que a antiguidade e o nível funcional destacam-se como os fatores que menos influenciam os aumentos salariais.
Quanto recebe um recém-licenciado?
O salário base anual dos recém-licenciados, no primeiro emprego, situa-se, regra geral, entre os 14.000 euros e os 18.725 euros, verificando-se um aumento do valor mínimo (13.280 euros) e um aumento do valor máximo (17.856 euros) relativamente a 2017.
“O ambiente cada vez mais competitivo origina, como consequência, uma necessidade de, por um lado, rentabilizar os recursos existentes e, por outro, identificar os melhores talentos que garantam a prossecução e a consecução dos objetivos estratégicos a que se propõem, procurando retê-los e motivá-los”, afirma o estudo da consultora.
Plano médico é o benefício mais atribuído pelas empresas
A maioria das empresas participantes no estudo (94%) concede um plano médico aos seus colaboradores. “O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 64% dos inquiridos), considerando o cônjuge e filhos e incluindo coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses”, revela o estudo.
O custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (71%). No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos, é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo o solicite.
Para este estudo foram analisados 148.332 postos de trabalho em 397 empresas presentes no mercado português. A amostra do estudo Total Compensation 2018 é constituída por empresas multinacionais (58%) e empresas nacionais (42%). Relativamente às multinacionais estrangeiras, a sua maioria tem origem nos EUA (32%) seguida de Alemanha (12%).
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