
Ao contrário do que acontece normalmente com as empresas construtoras portuguesas, a Tecnibuild começou a sua atividade no estrangeiro. Foi já com as operações consolidadas nos mercados internacionais que a empresa de origem lusa começou a trabalhar no mercado interno. Por isso, o administrador Paulo Ramos diz que "foi mais um processo de ‘nacionalização’ que de internacionalização", o que viveu esta construtora com sede em Braga. Em entrevista ao idealista/news, o gestor conta como evoluiu o negócio da Tecnibuild, analisando também o impacto da pandemia a nível nacional, no setor da construção e no mercado imobiliário.
Como se caracteriza a atuação da Tecnibuild no setor da construção desde a sua criação, em 2013?
A nossa construtora Tecnibuild tem vindo a cimentar a reputação de uma construtora competente, inovadora e cumpridora, características que refletem o alto nível de satisfação dos nossos clientes. No panorama de um setor altamente competitivo e com altos níveis de conflitualidade entre empreiteiros e donos de obra, é com satisfação que temos recebido esse reconhecimento por parte dos clientes.
Como está a decorrer a atividade no mercado interno?
Em Portugal, temos operado sobretudo na região Norte, mais na edificação, com várias obras hoteleiras e de habitação. Destacamos o Hotel NH Porto Jardim, o Hotel B&B Matosinhos, o Hostel Porta Nova em Braga, no setor hoteleiro, e no setor dos edifícios residenciais, o condomínio fechado Zambeze Residence no Porto, bem como o projeto Antas Build, da nossa promotora imobiliária, que está na fase final e conta, neste momento, com uma carga de mão de obra de mais 100 trabalhadores.
A construtora tem tido um crescimento sustentado de cerca de 20%, ao ano.
Nos mercados internacionais temos privilegiado a nossa atuação por meio de parcerias estratégicas com grandes grupos construtores locais e internacionais, com os quais temos participado em obras de grande relevo nos países onde atuamos.
A empresa tem já uma forte presença no mercado externo?
A Tecnibuild está presente, sobretudo, nos mercados do Norte da Europa, Dinamarca, Suécia, Noruega, Alemanha e Reino Unido.

Ao contrário do tradicional das construtoras portuguesas, a Tecnibuild começou a sua atividade no estrangeiro, fruto da experiência acumulada que os sócios do grupo têm em trabalhar nos mercados internacionais. E foi já com as operações consolidadas nos mercados internacionais que começamos a trabalhar no mercado interno. Nesse sentido, o nosso processo foi mais um processo de ‘nacionalização’ que de internacionalização.
Apesar de o mercado interno ser bastante competitivo e muitas vezes injusto, é para nós um enorme orgulho participar na modernização do setor da construção no nosso país, onde consideramos que temos vindo a implementar boas práticas de construção e ambientais que estamos habituados a utilizar nos nossos mercados internacionais, mas que em Portugal ainda não estão suficientemente difundidas.
Que obras estão a realizar nos mercados internacionais?
Nos mercados internacionais temos privilegiado a nossa atuação por meio de parcerias estratégicas com grandes grupos construtores locais e internacionais, com os quais temos participado em obras de grande relevo nos países onde atuamos. Na Dinamarca estamos, neste momento, a participar num dos projetos imobiliários com mais destaque da cidade de Copenhaga, o projeto Paper Island com 45.000 metros quadrados (m2) de construção, projetado pelo premiado gabinete de arquitetura COBE, bem como na construção do novo hospital universitário da cidade de Køge, com capacidade para 786 camas.
Na Alemanha estamos também a participar na construção de um edifício de referência na cidade de Frankfurt, o edifício Tower One, que é um arranha-céus com 190 metros de altura, de uso misto, para espaços de escritórios e hotel.

Na Suécia, temos vindo a desenvolver sobretudo projetos residenciais na cidade de Malmö e o mesmo na cidade de Bergen, na Noruega, e em Londres, no Reino Unido.
O mercado da construção vive um momento de considerável atividade, contudo, fruto das consequências da atual crise pandémica, é expectável que se venha a verificar uma deslocação do nível de investimento em hotéis, alojamento local (reabilitação urbana), industrial e escritórios, para o setor residencial e público.
Qual o peso dos mercados externos na faturação da construtora?
O volume de faturação da Tecnibuild, em 2020, ronda os 25.000.000 euros, sendo que os mercados externos contam com um peso de cerca 50%.
Quais as suas expectativas sobre o crescimento do mercado da construção?
O mercado da construção vive um momento de considerável atividade, contudo, fruto das consequências da atual crise pandémica, é expectável que se venha a verificar uma deslocação do nível de investimento em hotéis, alojamento local (reabilitação urbana), industrial e escritórios, para o setor residencial e público.
Apesar do natural abrandamento, fruto da crise pandémica que vivemos, os fundamentos do mercado mantêm-se intactos, nomeadamente a elevada procura por parte da classe média, sem descorar o investimento estrangeiro que estou seguro, uma vez a circulação internacional seja reativada, regressará em força.
Para o futuro do setor da construção será preponderante a eficaz e célere aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como a retoma da economia mundial após o esperado sucesso do processo global de vacinação.
E sobre o atual momento do mercado imobiliário, especialmente no segmento de habitação?
Apesar do natural abrandamento, fruto da crise pandémica que vivemos, os fundamentos do mercado mantêm-se intactos, nomeadamente a elevada procura por parte da classe média, sem descorar o investimento estrangeiro que estou seguro, uma vez a circulação internacional seja reativada, regressará em força.
Contudo, continuam a faltar reformas políticas, sobretudo na área da habitação.
Necessitamos de reformas que potenciem uma baixa do preço final das habitações, seja na redução do IVA na construção ou na agilização dos processos administrativos de licenciamento, fatores que, por si só, certamente promoveriam mais equidade no acesso a habitação por todas as classes da população.
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