Resiliência é palavra de ordem a indústria da construção. Estudo da Deloitte comprova que setor está de boa saúde.
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Construção soma e segue: mercado global deve crescer 3,2% até 2023
Foto de Rodolfo Quirós no Pexels

A indústria global da construção foi uma das menos afetadas pela pandemia da Covid-19 em 2020, tendo o volume da produção global de construção caído apenas 2%, um recuo muito menos pesado que o verificado noutras áreas de atividade. Esta é uma das conclusões do relatório anual Global Powers of Construction (GPoC), da Deloitte Global, que traça um cenário otimista para o setor: considera que o mercado global da construção deverá continuar a crescer a um ritmo superior ao da economia como um todo, devendo atingir uma média global de 3,2% ao ano entre 2021 e 2023.

Segundo o estudo, a crise afetou, no entanto, “as perspetivas de crescimento do setor nos próximos anos, devido a um maior endividamento causado pelo aumento na despesa pública”. “Este aumento pode comprometer a sustentabilidade das finanças públicas em alguns países e as possibilidades de investimento em infraestruturas, uma variável determinante para o setor no seu conjunto. O impacto da crise nas finanças públicas provavelmente fará com que a cooperação públicoprivada se torne uma opção fundamental para garantir o investimento em infraestruturas”, refere a Deloitte, em comunicado.

Produção global a crescer 2,5% por ano até 2030

As estimativas apontam para que o valor da produção global de construção aumente de 11,6 biliões de dólares em 2020 para cerca de 14,8 biliões de dólares em 2030, uma taxa média de crescimento anual de 2,5%. “Espera-se que a China continue a ser o maior mercado de construção a nível global, mas que diminua a importância, passando dos atuais 32% para os 29,2% em 2030”, adianta.

O relatório global da Deloitte, que analisa a indústria de construção mundial e examina as estratégias e o desempenho das principais empresas de construção presentes em bolsa durante 2020, prevê ainda que as empresas do setor apostem na inovação e na aplicação de novas tecnologias, com vista à obtenção de ganhos de eficiência operacional. Tudo isto, combinado com melhorias dos processos de contratação e licitação, deverá permitir às construtoras alcançar uma rentabilidade sustentável, conclui o relatório.

Mota-Engil é a única portuguesa no top 100 das maiores

As 100 maiores empresas de construção do mundo geraram receitas superiores a 1.511 biliões de dólares em 2020, mais 3,7% que no ano anterior. De referir que a construtora Mota-Engil é a única representante portuguesa no Top 100 mundial, mantendo-se na 76ª posição. A empresa atingiu no ano passado vendas totais de 2.775 milhões de dólares, tendo atingiu uma capitalização bolsista de 396 milhões de dólares.

As maiores empresas em termos de receita estão localizadas na China (48%), Europa (22%), Japão (13%), EUA (8%) e Coreia do Sul (5%). “Apesar do domínio da China, há apenas uma empresa chinesa no top 10 do ranking por capitalização de mercado e duas no top 10 do ranking por vendas internacionais. No top 100 GPoC, menos de metade das empresas registou um aumento nas vendas e apenas 18 alcançaram aumentos de dois dígitos. Em contraste, 25 empresas registaram contrações de mais 10% em receitas”, adianta a Deloitte.

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