
A antiga Fábrica da Cerveja de Faro vai ser transformada num hub criativo. O novo centro artístico está orçado em 13,4 milhões de euros e inclui a ampliação do museu municipal e a criação de novos edifícios. A intervenção arquitetónica deverá decorrer em quatro fases, estimando-se que as duas primeiras estejam concluídas até 2027, ano em que Faro poderá ser Capital Europeia da Cultura, caso receba o título.
O projeto prevê a ampliação da área do Museu Municipal de Faro, situado junto à antiga fábrica, criando novas áreas expositivas, assim como a construção de dois novos edifícios e a requalificação do espaço público envolvente, acrescentou a responsável durante a sessão, que decorreu numa das alas da antiga unidade.
Será construído um novo edifício na retaguarda da fábrica, onde vão ser criadas salas de apoio à produção musical - com a capacidade de se transformarem em outras valências -, e outro na Praça Afonso III, que servirá de apoio na relação entre o Museu Municipal e a Fábrica da Cerveja.

Fábrica da Cerveja quer ser um "farol na área da cultura"
Na apresentação do projeto, o vice-presidente da autarquia, Paulo Santos, sublinhou que o espaço vai manter o nome de Fábrica da Cerveja, garantindo que a identidade do edifício ficará “intacta” e que o objetivo é que este venha a tornar-se num espaço de uso público, dedicado à criação e exibição artística.
“Independentemente de Faro vir a ser capital da cultura, o processo da Fábrica da Cerveja não tem retorno. Queremos que seja, claramente, um farol na área da cultura”, enfatizou o governante, lembrando as “vicissitudes” e os “avanços e recuos de diferentes projetos” que estiveram pensados para aquele espaço.
Situado na Vila Adentro, junto à antiga muralha da capital algarvia, frente à Ria Formosa, o edifício foi construído entre 1930 e 1940 numa zona que começou a ser ocupada por instalações fabris em finais do século XIX, entre as quais uma fábrica de destilação de álcool, entre 1904 e 1935.
Classificado como imóvel de interesse público, o espaço foi adquirido pela Câmara em 1998 e esteve em hasta pública, por duas vezes, numa altura em que a autarquia se debatia com dificuldades financeiras, no entanto – e “felizmente”, segundo Paulo Santos - não apareceram compradores.
O programa estratégico e funcional para a Fábrica da Cerveja foi desenhando pelo município em conjunto com um consórcio liderado por Gonçalo Louro & Cláudia Santos - Arquitetos, Lda. em cooperação com a Opium, Lda. e Pablo Berástegui.
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