Obras foram já reativadas em 668 dos 706 empreendimentos imobiliários da construtora. Os restantes 38 devem retomar este mês.
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China: fundador da Evergrande exige que obras sejam retomadas
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Lusa
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O fundador da construtora chinesa Evergrande, Xu Jiayin, exigiu esta terça-feira (13 de setembro de 2022) que as obras pendentes que o grupo está a construir na China sejam retomadas até ao final deste mês. Em comunicado, Xu Jiayin explicou que as obras foram já reativadas em 668 dos 706 empreendimentos imobiliários da empresa. Os restantes 38 devem retomar a construção até ao final deste mês.

Entre os 668 projetos mencionados, há 62 que não atingiram ainda os “níveis normais” de ritmo de construção. Xu Jiayin também estabeleceu um limite para que o façam nos próximos 30 dias.

O executivo exigiu "todos os esforços" para garantir a entrega dos prédios, assegurando que esta é a "única forma" de "satisfazer os proprietários, retomar as vendas, reativar as operações e enfrentar todo o tipo de dívidas".

Grupo Evergrand tem passivo de 300 mil milhões de d+olares

Com um passivo superior a 300 mil milhões de dólares, o grupo Evergrand é emblemático da crise de liquidez que afeta o setor imobiliário da China. A construtora entrou já em incumprimento em títulos de dívida emitidos além-fronteiras.

As autoridades chinesas intervieram na empresa, que anunciou, em janeiro passado, que vai apresentar uma “proposta de reestruturação preliminar” aos seus credores.

O conglomerado suspendeu a negociação das suas ações em Hong Kong em março, não apresentou os resultados de 2021 ou do primeiro semestre deste ano e enfrenta uma ação de liquidação movida por um credor estrangeiro, cuja audiência foi adiada para 28 de novembro.

No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19.

Os atrasos ou paragens na construção de apartamentos vendidos antes da sua conclusão levaram milhares de compradores a fazer um “boicote hipotecário”, recusando-se a continuar a pagar ao banco a prestação do imóvel.

O Governo chinês reiterou que o objetivo prioritário é que as construtoras mantenham a sua palavra e entreguem os imóveis concluídos aos compradores, algo para o qual também instaram os bancos a colaborarem, dotando-os de liquidez suficiente para atingir esse objetivo.

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