
As 100 maiores empresas de construção do mundo geraram receitas de 1,997 biliões de dólares em 2023, o que representa um aumento de 3,4% face ao ano anterior. Mais de metade das receitas (53,5%) provêm de empresas sediadas na China, com a China State Construction Engineering a liderar o ranking, tendo registado cerca de 320 mil milhões de dólares de receitas no ano passado. Portugal está representado no top 100 mundial pela Mota-Engil, que ocupa a 56ª posição.
“A Mota Engil atingiu 6,005 milhões de dólares em vendas durante 2023, mais 49,9% que no período homólogo. A construtora nacional alcançou uma capitalização de mercado de 1,344 milhões de dólares, um aumento de 250% em relação ao ano anterior”, refere em comunicado a Deloitte, salientando que os dados em causa são relativos ao seu estudo anual Global Powers of Construction, que analisa a indústria da construção mundial e avalia as estratégias e o desempenho dos principais grupos de construção presentes em bolsa no último ano.
Em termos geográficos, a seguir à China, as maiores receitas provêm maioritariamente da Europa (nomeadamente França e Espanha), do Japão, dos EUA e da Coreia do Sul, que representam cerca de 21%, 9%, 8% e 5% das vendas totais, respetivamente.
No pódio, e logo depois da China State Construction Engineering, seguem-se outras duas outras empresas chinesas – a semelhança do sucedido em 2022 –, a China Railway Group e a China Railway Construction. Em conjunto, representam cerca de 33% das receitas das empresas analisadas, revela a Deloitte. Os países com maior número de empresas representadas no top 100 mundial são, no entanto, Japão e o EUA, com 14 empresas cada.
Setor da construção está a recuperar mas ainda há desafios
Segundo a Deloitte, apesar de 2023 ter sido marcado pela recuperação da atividade económica no setor da construção, a economia global continua a passar por dificuldades, como a disponibilidade de matérias primas e mão de obra especializada. “Estas circunstâncias e o risco elevado inerente aos projetos de construção internacionais significam que apenas um número limitado de empresas obtém uma percentagem significativa das vendas das suas operações internacionais. Em 2023, as receitas obtidas pelas 30 empresas mais bem posicionadas no ranking com vendas internacionais aumentaram para 18,4% das vendas totais, contra 17,1% no ano anterior, ainda abaixo do rácio de 19% pré-pandemia alcançado em 2019”, lê-se na nota.
"As receitas internacionais das 30 maiores empresas ainda estão abaixo dos números alcançados no período anterior à pandemia (...). [Os números] refletem a resiliência do setor, mas também a necessidade contínua de inovação e adaptação estratégica”
Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte
Citada no documento, Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte que lidera os setores de Energy, Resources & Industrials em Portugal, lembra que “as receitas internacionais das 30 maiores empresas ainda estão abaixo dos números alcançados no período anterior à pandemia”, estado a observar-se uma “recuperação gradual”. “[Os números] refletem a resiliência do setor, mas também a necessidade contínua de inovação e adaptação estratégica”, avisa.
“As empresas que conseguiram aumentar a sua presença internacional estão a demonstrar uma adaptação eficaz às novas dinâmicas do mercado através de uma aposta na tecnologia bem como na diversificação para impulsionar o crescimento sustentável. Contudo, o caminho para a recuperação completa ainda enfrenta desafios significativos, devendo as empresas continuar a focar-se na competitividade e eficiência como veículos de prosperidade no cenário global. As empresas nacionais têm na diversificação do seu portfólio um caminho que poderá potenciar o aumento da sua presença num mercado internacional cada vez volátil e incerto”, acrescenta a responsável.
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